França, 10. Direção de Jean Becker. Com Gérard Depardieu, Gisèle Casadeus, Maurane, Patrick Bouchitey, Jean François Stévenin, Claire Maurier, Sophie Guillemin. 82 min.
Gosto sempre dos filmes franceses que procuram atingir um público mais amplo e não ficam presos apenas no registro de filme de arte. Este é o caso do delicado e encantador novo trabalho do veterano Jean Becker (filho de Jacques Becker e que antes fez algo semelhante e bom em Conversas com Meu Jardineiro).
Gérard Depardieu está na velha forma de sempre, no que é uma adaptação de um livro de Marie Sabine Roger.
Antes de tudo, é uma comédia de costumes passada numa cidadezinha do interior, onde mora Germain Chazes, um tipo solitário que nunca se recuperou dos traumas que lhe provocou a mãe egoísta (Claire), que vivia dizendo que ele era burro e não servia para nada.
Não é verdade como atestam os amigos do bar da esquina, mas que mesmo assim zombam de suas possíveis limitações. Até o dia em que Germain encontra, num banco de jardim, uma senhora de idade avançada com quem começa a conversar sobre livros que é a Marguerite (feita com muita discrição e sem forçar a simpatia por veteraníssima atriz – que fez mais de 77 filmes e nasceu em 1914!).
O filme é a história dessa amizade, que passa por altos e baixos na vida de Germain, ainda tentando se aceitar, e na vida de Marguerite porque ela vive num asilo caro demais para seus sobrinhos pagarem e é obrigada a se mudar para a casa deles, que fica distante.
Não é filme lacrimoso, mas uma celebração da vida e da amizade, que vai agradar em cheio aos espectadores de Terceira Idade do Reserva Cultural.
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