“De onde vem a sua paixão por desaparecer?”, pergunta alguém ao narrador de Doutor Pasavento logo na abertura do romance, um dos mais premiados da exitosa carreira literária de Enrique Vila-Matas.
Neste que é o sexto livro do autor catalão publicado pela Cosac Naify, a sua fixação por desaparecer, não ser ninguém, a atração pelo abismo, pelo nada, é explorada de maneira radical. Na trama, encontramos Andrés Pasavento em um momento de instabilidade emocional: abandonado pela esposa, perdeu a filha, morta após uma overdose de heroína, e os pais, que se suicidaram afogando-se no Rio Hudson. O personagem, um romancista medianamente conhecido, acaba de ser convidado para um encontro literário, em Sevilha, mas no meio do percurso decide sumir, desaparecer da vista dos conhecidos. Ele passa a inventar relatos ficcionais sobre seu passado ao mesmo tempo que persegue um antigo professor, que vive o resto de seus dias num sanatório.
Escrito em 2005 e ganhador dos prêmios da Real Academia Española (2006) e Mondello – Città di Palermo (2009), Doutor Pasavento é sobretudo uma elegia da discrição (“ser grande é saber ceder o seu lugar a outro”) e homenagem a escritores como J.D. Salinger, Thomas Pynchon e Robert Walser, autores que, de alguma forma, atingiram a invisibilidade.
"Vila-Matas expõe a crise da literatura moderna numa forma original, acessível e divertida". Leyla Perrone-Moisés, Folha de S. Paulo
"A literatura de Vila-Matas exige o aparecimento de um novo tipo de leitor, nem passivo nem ativo - mas desarmado e disposto a se deixar perturbar pelo que lê". José Castello, Revista Bravo!
terça-feira, 1 de maio de 2012
DOUTOR PASAVENTO (ARTIGO PUBLICADO NO SITE http://editora.cosacnaify.com.br/ObraSinopse/10888/Doutor-Pasavento.aspx)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário