sexta-feira, 5 de março de 2010

Confissões de uma compulsiva – Ou como não resisti e adquiri a coleção de clássicos da Editôra Abril depois de jurar que este ano começaria um plano de economia geral em minha vida financeira…

Meu primeiro contacto com a coleção da Editora Abril, Grandes Clássicos, foi através do blog “quero morar em uma livraria”, e foi amor à primeira vista... Imediatamente entrei em um frenesi de dúvidas e delícias onde a idéia da compra cada vez mais se infiltrava em minha mente.

Cabe aqui uma ressalva, como todo brasileiro ou brasileira aposentado, não nado em dinheiro, e confesso que muitas vezes tive que refrear meus instintos consumistas em prol de uma vida financeira mais equilibrada... E eu sou boa nisso, reajo com muita simplicidade e mesmo com um vago humor quando se me deparo com a impossibilidade de adquirir algum objeto de desejo, afinal, o que são sapatos na moda, aquela calça comprida elegantérrima ou mesmo aquele tecido que ficaria um luxo como uma bata primaveril???

Até mesmo em alguns itens mais ou menos urgentes, como aquela marca foférrima de amaciante ou mesmo aquele lanche hiper gostoso naquele restaurante “divino”, ou aqueles doces diet irresistíveis, a tudo isso sei declinar tendo em vista uma vida financeira mais saudável. É difícil? Claro que é, mas o mundo não vai parar de rodar em sua órbita loucamente fantástica ou o sol não deixará de nos brindar com seus raios aconchegantes simplesmente porque não consigo adquirir alguns destes produtos.

Mas aí entram em cena os livros... E quando eles entram em cena, todo meu bom senso, meu equilíbrio, meu senso prático, meu rigor econômico, tudo explode em nuvens de purpurina multicolorida como um caleidoscópico subitamente libertado do seu tubo metálico. Aí, pessoal, acontece aquilo que vários psicólogos e seus colegas psiquiatras procuram explicar através de infindáveis teorias científicas, quando entra em cena nossa velha arquiinimiga, a compulsão...

Admito-me compulsiva diante de livros! Fujo das livrarias como única forma possível de não transgredir os ditames do equilíbrio e do bom senso, torno-me arredia quanto a “shoppings” por saber que em cada um deles se esconde o objeto de meu desejo, com suas capas multicoloridas, com seus textos interessantíssimos, com suas figuras inebriantes...

E assim mantenho meu equilíbrio (e o de minha carteira), simplesmente repetindo como em litania esta máxima cruel: “Sou fraca para entrar em uma livraria, e após o primeiro livro, não sei mais parar...”

E assim ia levando a vida, longe das tentações, sentada diante de meu computador acessando sites com notícias do mundo todo, vivenciando de forma imediata e virtual todas as novidades de nosso bom planeta terra, quando de repente...

Não sei bem o motivo que me levou a ousar adentrar pelo site “quero morar em uma livraria”, há mistérios insondáveis na alma humana e acredito que fui guiada por meus instintos mais irreprimíveis e traidores, numa tentativa de confrontar-me com minha fraqueza com o objetivo de evidenciar o quanto sou frágil e dependente diante de situações que envolvam tais objetos...

Bem, novamente (e felizmente) vencida, sou agora portadora de uma dívida até novembro de 2010, quando serei portadora de 35 volumes de clássicos da literatura mundial, que abrilhantarão minha biblioteca e evidenciarão que realmente não estou curada desta minha deliciosa compulsão...

Imagem retirada do site “Jane Austen em Português”, do livro “Orgulho e Preconceito”, da coleção lançada pela Editora Abril

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Gente! É lindo demais!!! O duro é pensar que vamos ter que esperar até o dia 08 de julho para que ele nos seja entregue…

Pemberley – Quem curte os livros de Jane Austen e suas adaptações para o cinema, reconhece esta mansão como Pemberley, a casa do “gatíssimo” Mr. Darcy…

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