sexta-feira, 28 de junho de 2013

UM CANAL PARA A MÍDIA DOMINAR… E O POVO ALIENAR!!!!!!!!!!! A D O R E I !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

DILMA, É POR ISSO QUE EU NÃO ESTOU GOSTANDO DE SUA ADMINISTRAÇÃO: MÉDICOS BRASILEIROS NÃO ACEITAM ATENDER COMUNIDADES CARENTES E GRITAM QUANDO SE PROPÕE CONTRATAR MÉDICOS ESTRANGEIROS. HÁ MUITO TEMPO QUE OS MÉDICOS RECÉM FORMADOS DAS FACULDADES DE MEDICINA P Ú B L I C A S DEVERIAM PASSAR PELO MENOS DOIS ANOS ATENDENDO POSSOAS POBRES, A F I N A L, QUEM PAGOU A FACULDADE DELES FOI O IMPOSTO DOS POBRES! NADA MAIS JUSTO QUE ELES RETRIBUAM SE DEDICANDO A ESTES BRASILEIROS. MAS ELES SÓ PENSAM EM GANHAR RIOS DE DINHEIRO ATRAVÉS DA MEDICINA PARA A CAMADA MAIS RICA BRASILEIRA, E VOCÊ NÃO FAZ NADA SOBRE ISTO!!!!!!!

“Acho estranho o governo ter falado em atrair médicos cubanos, portugueses e espanhóis, e a gritaria ser somente em relação aos médicos cubanos. Será que somente os médicos cubanos precisam revalidar diploma?”

 

Carta do médico Pedro Saraiva, enviada para o jornalista Luis Nassif e inicialmente reproduzida em seu blog esclarece diversos pontos sobre a vinda dos médicos cubanos ao Brasil.

Olá Nassif, sou médico e gostaria de opinar sobre a gritaria em relação à vinda dos médicos cubanos ao Brasil

Bom, como opinião inteligente se constrói com o contraditório, vou tentar levantar aqui algumas informações sobre a vinda de médicos cubanos para regiões pobres do Brasil que ainda não vi serem abordadas.

médicos cubanos haiti brasil

Médicos cubanos no Haiti atendem mais de 15 milhões de miseráveis (Foto: Divulgação)

- O principal motivo de reclamação dos médicos, da imprensa e do CFM seria uma suposta validação automática dos diplomas destes médicos cubanos, coisa que em momento algum foi afirmado por qualquer membro do governo. Pelo contrário, o próprio ministro da saúde, Alexandre Padilha, já disse que concorda que a contratação de médicos estrangeiros deve seguir critérios de qualidade e responsabilidade profissional. Portanto, o governo não anunciou que trará médicos cubanos indiscriminadamente para o país. Isto é uma interpretação desonesta.

- Acho estranho o governo ter falado em atrair médicos cubanos, portugueses e espanhóis, e a gritaria ser somente em relação aos médicos cubanos. Será que somente os médicos cubanos precisam revalidar diploma? Sou médico e vivo em Portugal, posso garantir que nos últimos anos conheci médicos portugueses e espanhóis que tinham nível técnico de sofrível para terrível. E olha que segundo a OMS, Espanha e Portugal têm, respectivamente, o 6º e o 11º melhores sistemas de saúde do mundo (não tarda a Troika dar um jeito nesse excesso de qualidade). Profissional ruim há em todos os lugares e profissões. Do jeito que o discurso está focado nos médicos de Cuba, parece que o problema real não é bem a revalidação do diploma, mas sim puro preconceito.

- Portugal já importa médicos cubanos desde 2009. Aqui também há dificuldade de convencer os médicos a ir trabalhar em regiões mais longínquos, afastadas dos grandes centros. Os cubanos vieram estimulados pelo governo, fizeram prova e foram aprovados em grande maioria (mais à frente vou dar maiores detalhes deste fato). A população aprovou a vinda dos cubanos, e em 2012, sob pressão popular, o governo português renovou a parceria, com amplo apoio dos pacientes. Portanto, um dos países com melhores resultados na área de saúde do mundo importa médicos cubanos e a população aprova o seu trabalho.

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- Acho que é ponto pacífico para todos que médicos estrangeiro tenham que ser submetidos a provas aí no Brasil. Não faz sentido importar profissionais de baixa qualidade. Como já disse, o próprio ministro da saúde diz concordar com isso. Eu mesmo fui submetido a 5 provas aqui em Portugal para poder validar meu título de especialista. As minhas provas foram voltadas a testar meus conhecimentos na área em que iria atuar, que no caso é Nefrologia. Os cubanos que vieram trabalhar em Medicina de família também foram submetidos a provas, para que o governo tivesse o mínimo de controle sobre a sua qualidade.

Pois bem, na última leva, 60 médicos cubanos prestaram exame e 44 foram aprovados (73,3%). Fui procurar dados sobre o Revalida, exame brasileiro para médicos estrangeiros e descobri que no ano de 2012, de 182 médicos cubanos inscritos, apenas 20 foram aprovados (10,9%). Há algo de estranho em tamanha dissociação. Será que estamos avaliando corretamente os médicos estrangeiros?

Seria bem interessante que nossos médicos se submetessem a este exame ao final do curso de medicina. Não seria justo que os médicos brasileiros também só fossem autorizados a exercer medicina se passassem no Valida? Se a preocupação é com a qualidade do profissional que vai ser lançado no mercado de trabalho, o que importa se ele foi formado no Brasil, em Cuba ou China? O CFM se diz tão preocupado com a qualidade do médico cubano, mas não faz nada contra o grande negócio que se tornaram as faculdades caça-níqueis de Medicina. No Brasil existe um exército de médicos de qualidade pavorosa. Gente que não sabe a diferença entre esôfago e traqueia, como eu já pude bem atestar. Porque tanto temor em relação à qualidade dos estrangeiros e tanta complacência com os brasileiros?

REVALIDA

- Em relação este exame de validação do diploma para estrangeiros abro um parêntesis para contar uma situação que presenciei quando ainda era acadêmico de medicina, lá no Hospital do Fundão da UFRJ.

Um rapaz, se não me engano brasileiro, tinha feito seu curso de medicina na Bolívia e havia retornado ao país para exercer sua profissão. Como era de se esperar, o rapaz foi submetido a um exame, que eu acredito ser o Revalida (na época realmente não procurei me informar). O fato é que a prova prática foi na enfermaria que eu estava estagiando e por isso pude acompanhar parte da avaliação. Dois fatos me chamaram a atenção, o primeiro é a grande má vontade dos componentes da banca com o candidato. Não tenho dúvidas que ele já havia sido prejulgado antes da prova ter sido iniciada. Outro fato foi o tipo de perguntas que fizeram. Lembro bem que as perguntas feitas para o rapaz eram bem mais difíceis que aquelas que nos faziam nas nossas provam. Lembro deles terem pedidos informações sobre detalhes anatômicos do pescoço que só interessam a cirurgiões de cabeça e pescoço. O sujeito que vai ser médico de família, não tem que saber todos os nervos e vasos que passam ao lado da laringe e da tireoide. O cara tem que saber tratar diarreia, verminose, hipertensão, diabetes e colesterol alto. Soube dias depois que o rapaz tinha sido reprovado.

Não sei se todas as provas do Revalida são assim, pois só assisti a uma, e mesmo assim parcialmente. Mas é muito estranho os médicos cubanos terem alta taxa de aprovação em Portugal e pouquíssimos passarem no Brasil. Outro número que chama a atenção é o fato de mais de 10% dos médicos em atividade em Portugal serem estrangeiros. Na Inglaterra são 40%. No Brasil esse número é menor que 1%. E vou logo avisando, meu salário aqui não é maior do que dos meus colegas que ficaram no Brasil.

- Até agora não vi nem o CFM nem a imprensa irem lá nas áreas mais carentes do Brasil perguntar o que a população sem acesso à saúde acha de virem 6000 médicos cubanos para atendê-los. Será que é melhor ficar sem médico do que ter médicos cubanos? É o óbvio ululante que o ideal seria criar condições para que médicos brasileiros se sentissem estimulados a ir trabalhar no interior. Mas em um país das dimensões do Brasil e com a responsabilidade de tocar a medicina básica pulverizada nas mãos de centenas de prefeitos, isso não vai ocorrer de uma hora para outra. Na verdade, o governo até lançou nos últimos anos o Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab), que oferece salários mensais de R$ 8 mil e pontos na progressão de carreira para os médicos que vão para as periferias. O problema é que até hoje só 4 mil médicos aceitaram participar do programa. Não é só salário, faltam condições de trabalho. O que fazemos então? vamos pedir para os mais pobres aguentar mais alguns anos até alguém conseguir transformar o SUS naquilo que todos desejam? Vira lá para a criança com diarreia ou para a mãe grávida sem pré-natal e diz para ela segurar as pontas sem médico, porque os médicos do sul e sudeste do Brasil, que não querem ir para o interior, acham que essa história de trazer médico cubano vai desvalorizar a medicina do Brasil.

- É bom lembrar que Cuba exporta médicos para mais de 70 países. Os cubanos estão acostumados e aceitam trabalhar em condições muito inferiores. Aliás, é nisso que eles são bons. Eles fazem medicina preventiva em massa, que é muito mais barata, e com grandes resultados. Durante o terremoto do Haiti, quem evitou uma catástrofe ainda maior foram os médicos cubanos. Em poucas semanas os médicos dos países ricos deram no pé e deixaram centenas de milhares de pessoas sem auxílio médico. Se não fosse Cuba e seus médicos, haveria uma tragédia humanitária de proporções dantescas. Até o New England Journal of Medicine, a revista mais respeitada de medicina do mundo, fez há poucos meses um artigo sobre a medicina em Cuba. O destaque vai exatamente para a capacidade do país em fazer medicina de qualidade com recursos baixíssimos (http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMp1215226).

- Com muito menos recursos, a medicina de Cuba dá um banho em resultados na medicina brasileira. É no mínimo uma grande arrogância achar que os médicos cubanos não estão preparados para praticar medicina básica aqui no Brasil. O CFM diz que a medicina de Cuba é de má qualidade, mas não explica por que a saúde dos cubanos, como muito menos recursos tecnológicos e com uma suposta inferioridade qualitativa, tem índices de saúde infinitamente melhores que a do Brasil e semelhantes à avançada medicina americana (dados da OMS).

- Agora, ninguém tem que ir cobrar do médico cubano que ele saiba fazer cirurgia de válvula cardíaca ou que seja mestre em dar laudos de ressonância magnética. Eles não vêm para cá para trabalhar em medicina nuclear ou para fazer hemodiálises nos pacientes. Medicina altamente tecnológica e ultra especializada não diminui mortalidade infantil, não diminui mortalidade materna, não previne verminose, não conscientiza a população em relação a cuidados de saúde, não trata diarreia de criança, não aumenta cobertura vacinal, nem atua na área de prevenção. É isso que parece não entrar na cabeça de médicos que são formados para serem superespecialistas, de forma a suprir a necessidade uma medicina privada e altamente tecnológica. Atenção! O governo que trazer médicos para tratar diarreia e desidratação! Não é preciso grande estrutura para fazer o mínimo. Essa população mais pobre não tem o mínimo!

Que venham os médicos cubanos, que eles façam o Revalida, mas que eles sejam avaliados em relação àquilo que se espera deles. Se os médicos ricos do sul maravilha não querem ir para o interior, que continuem lutando por melhores condições de trabalho, que cobrem dos governos em todas as esferas, não só da Federal, melhores condições de carreia, mas que ao menos se sensibilizem com aqueles que não podem esperar anos pela mudança do sistema, e aceitem de bom grado os colegas estrangeiros que se dispõe a vir aqui salvar vidas.

Infelizmente até a classe médica aderiu ao ativismo de Facebook. O cara lê a Veja ou O Globo, se revolta com o governo, vai no Facebook, repete meia dúzia de clichês ou frases feitas e sente que já exerceu sua cidadania. Enquanto isso, a população carente, que nem sabe o que é Facebook morre à mingua, sem atendimento médico brasileiro ou cubano.

sábado, 22 de junho de 2013

DEU NO PROGRAMA DO JÔ: Pra quem não entendeu ainda: os vinte centavos, um por um:

0,01 - a corrupção
0,02 - a impunidade
0,03 - a violência urbana
0,04 - a ameaça da volta da inflação
0,05 - a quantidade de impostos que pagamos sem ter nada em troca
0,06 - o baixo salário dos professores e médicos do estado
0,07 - o alto salário dos políticos
0,08 - a falta de uma oposição ao governo
0,09 - a falta de vergonha na cara dos governantes
0,10 - as nossas escolas e a falta de educação
0,11 - os nossos hospitais e a falta de um sistema de saúde digno
0,12 - as nossas estradas e a ineficiência do transporte público
0,13 - a prática da troca de votos por cargos públicos nos centros de poder que causa distorções
0,14 - a troca de votos da população menos esclarecida por pequenas melhorias públicas (pagas com dinheiro público) que coloca sempre os mesmos nomes no poder
0,15 - políticos condenados pela justiça ainda na ativa
0,16 - os mensaleiros terem sido julgados, condenados e ainda estarem livres
0,17 - partidos que parecem quadrilhas
0,18 - o preço dos estádios para a copa do mundo, o superfaturamento e a má qualidade das obras públicas
0,19 - a mídia tendenciosa e vendida
0,20
- a percepção que não somos representados pelos nossos governantes


Se precisarem tenho outros vinte centavos aqui, é só pedir.

EU TAMBÉM!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

VOU NESSA!!!!!

Amo tudo isso!!! rsrsrs

sexta-feira, 21 de junho de 2013

quinta-feira, 20 de junho de 2013

PEGADAS DE ANIMAIS…

quarta-feira, 19 de junho de 2013

RECADO PARA A DILMA, PARA O AGNELO E PARA TODOS OS POLÍTICOS BRASILEIROS!!!


Tem uma coisa que precisa ser dita: a presidente NÃO É PERFEITA!


Ela somente ME REPRESENTA!

Ela não é DEUS!

Inclusive, ela NÃO É MEU DEUS (ou deusa, como quiserem...) e se eu não disser para ela (através das manifestações populares) o que está acontecendo, ela não vai saber da minha discordância do que anda rolando pelo Brasil afora.


E então nada mudará!

 
Minha atitude é a atitude de uma pessoa que quer interagir com o poder!

 
Pois EU POSSO interagir com o poder!

EU coloquei a Dilma como presidente, ela é cria minha e de todo brasileiro!

 
E ela está presidente PARA ATENDER NOSSAS ASPIRAÇÕES!


Por isso, quando vou para as ruas, quero ser ouvida!

 
Tenho um recado MUITO SÉRIO para dar: NÃO ESTOU GOSTANDO DO QUE A SENHORA E SEUS MINISTROS E OS GOVERNADORES estão fazendo!


Tomem tento, OU NUNCA MAIS VOTAREI NA SUA PESSOA!

E N T E N D E U ???!!!


A SENHORA ENTENDEU???!!!

EITA POVINHO CRIATIVO! NOTA DEZ!!!!!!!!!!!!!!!!!

NÃO É POR 0,20 CENTAVOS…

FAZ TEMPO QUE OS PROFESSORES DO DISTRITO FEDERAL RECLAMAM DO MONTANTE GASTO COM O ESTÁDIO! PELO MENOS ISSO!!!

TOMA ESSA!

Quando se dá aula na rede pública e não se tem nem um banheiro decente para usar, fica difícil ouvir que os governos estão dividindo bem a receita! NÃO ESTÃO NÃO, a educação sofreu um baque profundo com esta copa do mundo. E vai ser pior, pois agora a novidade é que as escolas não vão funcionar no horário dos jogos. Ou seja: cada vez mais vemos os governantes desconsiderando o estudo do brasileiro. E infelizmente NÃO ME PERGUNTARAM NADA SOBRE ESTA PALHAÇADA DE COPA NO BRASIL, se tivessem perguntado, EU TERIA DITO NÃO! Eu teria dito que queria é que a SAÚDE tivesse recebido os bilhões que a PALHAÇADA DOS ESTÁDIOS receberam, eu diria que queria que a EDUCAÇÃO tivesse recebido este incentivo para que meus alunos tivessem mais condições de aprender para melhorar de vida. E aí vem o RONALDO dizer que COPA NÃO SE FAZ COM HOSPITAL! Eu sei disso, ou ele acha que sou IGNORANTE a este ponto?! O problema é que EMPURRARAM ESTA COPA GOELA ABAIXO DA POPULAÇÃO e agora ainda querem passar a impressão que FOI NOSSA ESCOLHA! NÃO FOI NÃO, E SE QUISER PARAR POR AQUI, EU ACEITO E ASSINO EMBAIXO!!!!!!!!!!

terça-feira, 18 de junho de 2013

VALE MAIS DO QUE 100 RO-PANÇAS-NALDOS JUNTOS TAMBÉM!!!!!

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COM O POVO E PELO POVO, EU ACREDITO!!!!!

 

MUITO VERDADEIRA ESTA AFIRMAÇÃO! ATÉ PORQUE NOSSOS SINDICATOS E PARTIDOS POLÍTICOS ESTÃO TODOS COM O “R A B O P R E S O”, OU COM O GOVERNO FEDERAL OU COM OS GOVERNOS ESTADUAIS! OU SEJA: O QUE SE VÊ É A INSATISFAÇÃO DO P O V O, MESMO PORQUE OS SINDICATOS E PARTIDOS POLÍTICOS ESTÃO É M U I T O S A T I S F E I T O S COM A “MAMAÇÃO” NAS TETAS DOS GOVERNOS!

É ISSO AÍ! NOTA DEZ PARA O POVO BRASILEIRO!!!!! NOTA ZERO PARA A R A Ç A POLÍTICA BRASILEIRA!!!!!

“O povo, unido, governa sem partido” é um dos gritos dos manifestantes em São Paulo.

E O POVO TOMOU CONTA DO BRASIL… E DA MÚSICA TAMBÉM!!!!!!!

BRASÍLIA DANDO SEU RECADO!

GIGANTE ADORMECIDO NUNCA MAIS!!!

C O N C OR D O!!!

POVO PARA SÃO PAULO AO SOM DO HINO NACIONAL! ARREPIEI!!!!!

O BRASIL MOSTROU SUA CARA! E ELA É LINDA!!!!!!!!!!!!!!

BRASIL: ESTA É A TUA CARA!!!!! UM POVO QUE NÃO FOGE DA LUTA!!!!! UM POVO GIGANTE PELA PRÓPRIA NATUREZA!!!!

Nunca imaginei que fosse ver meu BRASIL de pé com tanta força. 
Largo do batata em SP - Lindo de se ver. 
AGORA.

CADÊ O SINPRO/DF?! PRECISAMOS URGENTEMENTE DE UM COMUNICADO DE NOSSO SINDICATO!!!

C A R A C A!!! O MUNDO PEGANDO FOGO E O S I N P R O / D F DORMINDO!!! ACORDA SINPRO/DF! ACORDA WD E DIRETORIA!!!!! O BONDE DA HISTÓRIA ESTÁ PASSANDO E VOCÊS ESTÃO TOMANDO CHÁ COM O AGNELO??????!!!!!!!!!!!!

E EM BRASÍLIA…

TÁ EXPLICADO!!!

Imagens engraçadas - Ora ai está...

quinta-feira, 13 de junho de 2013

ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA ELETRÔNICA “BULA REVISTA”: “Pedimos a 20 convidados — escritores, críticos, jornalistas — que escolhessem os poemas mais significativos de Fernando Pessoa. Cada participante poderia indicar entre um e 10 poemas. Escritor e poeta, Fernando Pessoa é considerado, ao lado de Luís de Camões, o maior poeta da língua portuguesa e um dos maiores da literatura universal. O crítico literário Harold Bloom afirmou que a obra de Fernando Pessoa é o legado da língua portuguesa ao mundo.”

Fernando Pessoa

Fernando Pessoa nasceu em Lisboa, em junho de 1888, e morreu em novembro de 1935, na mesma cidade, aos 47 anos, em consequência de uma cirrose hepática. Sua última frase foi escrita na cama do hospital, em inglês, com a data de 29 de Novembro de 1935: “I know not what tomorrow will bring” (Não sei o que o amanhã trará).

Seus poemas mais conhecidos foram assinados pelos heterônimos Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Alberto Caeiro, além de um semi-heterônimo, Bernardo Soares, que seria o próprio Pessoa, um ajudante de guarda-livros da cidade de Lisboa e autor do “Livro do Desassossego”, uma das obras fundadoras da ficção portuguesa no século 20. Além de exímio poeta, Fernando Pessoa foi um grande criador de personagens. Mais do que meros pseudônimos, seus heterônimos foram personagens completos, com biografias próprias e estilos literários díspares. Álvaro de Campos, por exemplo, era um engenheiro português com educação inglesa e com forte influência do simbolismo e futurismo. Ricardo Reis era um médico defensor da monarquia e com grande interesse pela cultura latina. Alberto Caeiro, embora com pouca educação formal e uma posição anti-intelectualista (cursou apenas o primário), é considerado um mestre. Com uma linguagem direta e com a naturalidade do discurso oral, é o mais profícuo entre os heterônimos. São seus “O Guardador de Rebanhos”, “O Pastor Amoroso” e os “Poemas Inconjuntos”. Em virtude do tamanho, alguns poemas tiveram apenas trechos publicados. Eis a lista baseada no número de citações obtidas.

Tabacaria

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo.
que ninguém sabe quem é
( E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes
e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.

Poema em linha reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado
[sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe — todos eles príncipes — na vida…

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos — mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

O guardador de rebanhos

Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr de sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.

Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.

Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Só tenho pena de saber que eles são contentes,
Porque, se o não soubesse,
Em vez de serem contentes e tristes,
Seriam alegres e contentes.

Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.

Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho.

E se desejo às vezes
Por imaginar, ser cordeirinho
(Ou ser o rebanho todo
Para andar espalhado por toda a encosta
A ser muita cousa feliz ao mesmo tempo),

É só porque sinto o que escrevo ao pôr do sol,
Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz
E corre um silêncio pela erva fora.

Ode marítima

Sozinho, no cais deserto, a esta manhã de Verão,
Olho pró lado da barra, olho pró Indefinido,
Olho e contenta-me ver,
Pequeno, negro e claro, um paquete entrando.
Vem muito longe, nítido, clássico à sua maneira.
Deixa no ar distante atrás de si a orla vã do seu fumo.
Vem entrando, e a manhã entra com ele, e no rio,
Aqui, acolá, acorda a vida marítima,
Erguem-se velas, avançam rebocadores,
Surgem barcos pequenos detrás dos navios que estão no porto.
Há uma vaga brisa.
Mas a minh’alma está com o que vejo menos.
Com o paquete que entra,
Porque ele está com a Distância, com a Manhã,
Com o sentido marítimo desta Hora,
Com a doçura dolorosa que sobe em mim como uma náusea,
Como um começar a enjoar, mas no espírito.

Olho de longe o paquete, com uma grande independência de alma,
E dentro de mim um volante começa a girar, lentamente.

Os paquetes que entram de manhã na barra
Trazem aos meus olhos consigo
O mistério alegre e triste de quem chega e parte.
Trazem memórias de cais afastados e doutros momentos
Doutro modo da mesma humanidade noutros pontos.
Todo o atracar, todo o largar de navio,
É – sinto-o em mim como o meu sangue -
Inconscientemente simbólico, terrivelmente
Ameaçador de significações metafísicas
Que perturbam em mim quem eu fui…

Ah, todo o cais é uma saudade de pedra!
E quando o navio larga do cais
E se repara de repente que se abriu um espaço
Entre o cais e o navio,
Vem-me, não sei porquê, uma angústia recente,
Uma névoa de sentimentos de tristeza
Que brilha ao sol das minhas angústias relvadas
Como a primeira janela onde a madrugada bate,
E me envolve com uma recordação duma outra pessoa
Que fosse misteriosamente minha.

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Aniversário

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui…
A que distância!…
(Nem o acho…)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes…
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas
lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio…

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos…
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim…
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!

Presságio

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar pra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente…
Cala: parece esquecer…

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar…

Não sei quantas almas tenho

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: “Fui eu?”
Deus sabe, porque o escreveu.

Todas as cartas de amor…

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

O cego e a guitarra

O ruído vário da rua
Passa alto por mim que sigo.
Vejo: cada coisa é sua
Oiço: cada som é consigo.

Sou como a praia a que invade
Um mar que torna a descer.
Ah, nisto tudo a verdade
É só eu ter que morrer.

Depois de eu cessar, o ruído.
Não, não ajusto nada
Ao meu conceito perdido
Como uma flor na estrada.

Cheguei à janela
Porque ouvi cantar.
É um cego e a guitarra
Que estão a chorar.

Ambos fazem pena,
São uma coisa só
Que anda pelo mundo
A fazer ter dó.

Eu também sou um cego
Cantando na estrada,
A estrada é maior
E não peço nada.

VISITA AO HOSPITAL SARAH. (EM 12 DE JUNHO DE 2013)

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Ótimo o artigo sobre a polêmica ocasionada pelas declarações de Amado Batista. Eberth Vêncio acertou a mão ao escrever “VOCÊS MÃES SÃO CRIATURAS TERRÍVEIS.”

Não sei quanto a vocês, mas eu considero a tortura um dos crimes mais escabrosos e abjetos de que seja capaz um ser humano. Repercutiu muito uma entrevista concedida pelo ex-balconista de livraria e ex-sex-appeal da música brega-sertaneja, Amado Batista, na qual ele afirmou ter merecido, sim, sem dúvidas, as torturas sofridas durante o período de ditadura militar no Brasil.

Valendo-se de invulgar analogia poética, o cantor popular comparou a brutalidade por que passou aos 18 anos a, nada mais, nada menos, que um justo corretivo de mãe, uma prova de amor, se não a ele próprio (suposto jovem desajuizado a serviço dos revolucionários), ao país ameaçado pelos comunistas. A confissão proferida num impensável viés pegou a muitos de surpresa (inclusive a entrevistadora), causando estranheza e estupefação.

No fundo, no fundo, acabei assolado por uma duvidazinha das mais atrozes. O que seria pior: uma mãe descompensada com um porrete na mão correndo pelos corredores da casa ou um militar torturador com um fio desencapado em punho sapecando os testículos de um estudante? Sei lá. Nas entrelinhas da entrevista de Amado Batista, eis que brota razoável a possibilidade de se apartar e dosar a maldade humana, seja ela proveniente das impacientes senhoras do lar ou dos sádicos agentes dos desgovernos militares.

Coincidentemente, foi Dona Sueli — fã inarredável de Amado Batista que há anos trabalha lá em casa — quem me contou uma marcante estória. Aos dez anos de idade, quando morava com a família na roça, Sueli e duas irmãs mais novas foram obrigadas pela mãe a comerem juntas um prato de arroz cru. Quem vacilasse, reclamasse ou choramingasse apanhava na boca até cumprir a missão.

O cruel (educativo?) castigo foi a elas impingido porque, metidas em traquinagens infantis, acabaram por derrubar uma bacia de arroz no chão de terra do quintal. Absolutamente, Dona Sueli nunca considerou que o castigo fosse merecido, mesmo assim, com paciência e gratidão, continua trocando as fraldas geriátricas da velhota e a levando periodicamente às sofríveis sessões de quimioterapia no Hospital do Câncer.

Mesmo amando o Amado Batista (e a mãe moribunda) até o tutano, Dona Sueli não aprova nem um pouco as suas revelações. Só de pensar nas atrocidades sofridas por ele nas mãos dos covardes fardados, ela sente uma repulsa profunda, similar à que sentira nos idos tempos de meninice, quando impelida a engolir aquele cardápio nada palatável, senão aos galináceos. “Come tudo, suas galinha!”, ordenava mamãe aos berros.

Difícil mesmo foi suportar ouvir “Dinamite de Amor”  20 vezes consecutivas no churrasco em comemoração aos 20 anos de casados de Dona Sueli e Seu Apolinário. Este hit de Amado Batista embalou os primórdios do namoro do casal em 1988, quando se conheceram numa festa de rodeio num parque agropecuário de Goiânia. Se, porventura, a senhora ler este texto, não me leve a mal, Dona Sueli: a picanha estava ótima, mas a trilha sonora… Aquilo, sim, foi pra mim uma tortura e tanto.

Botei a velha cachola pra funcionar e fiquei matutando quantas vezes apanhei da minha mãe. Com muito custo, recordei-me de um único bofetão que tomei na fuça (acho que eu contava uns 13), enquanto minha mãe preparava uma massa de rosca. Lembro de ter ficado com a cara lambida, lambrecada de farinha, e uma mudez que, por si só, já dizia tudo. Aquele, sim, foi um bofetão dos mais merecidos, pois nada mais significava senão um revide à altura às grosserias que eu acabara de lhe dizer.

Não sei se esta tal Comissão Nacional da Verdade vai entrar no mérito da questão, no que tange ao abrandamento da culpabilidade dos senhores torturadores, os quais, quem sabe, raciocinando bregamente, agiam nos ardilosos porões da ditadura por puro diletantismo, amor à pátria, instinto maternal, ora e essa! De minha parte, eu apoio a absolvição plena das mães, da maioria delas, para ser mais exato, pois há também as megeras, as mentecaptas, as simpatizantes de carrascos.

Quanto aos torturadores aposentados, desejo-lhes indigestos pratos de arroz cru. E que Amado Batista, este torturado, renomado e reconhecido artista popular, não me queira mal. É que eu prefiro muito mais ouvir todo aquele disfarçado repertório subversivo que fazia a cabeça da juventude sonhadora que viveu as durezas da ditadura brasileira. O resto, pra mim, é dinamite.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

terça-feira, 11 de junho de 2013

A ciência contra a birra: Entenda por que as crianças reagem de forma explosiva diante dos menores desagrados e aprenda a controlar esses ataques de fúria com a ajuda da neuropediatria. (por Vanessa Vieira)

Não importa de onde você venha: se existem crianças lá, elas fazem birra. Pode ser o filho de um feirante brasileiro, de um lorde inglês ou um pequeno candidato ao posto de Dalai Lama, no Tibete - todos são capazes de se jogar no chão, berrando e esmurrando o piso, diante de fatos triviais como a recusa do pai em comprar um brinquedo ou a interrupção da diversão com os coleguinhas na hora de tomar banho. Se você se pergunta por que coisas tão corriqueiras têm o poder de tirar os pequenos do sério - e, eles, você -, saiba que a explicação está no desenvolvimento incompleto de nosso cérebro quando nascemos. A mesma razão pela qual os filhotes humanos dependem tanto dos pais durante a infância e a adolescência. Em formação, volta e meia os cérebros dos pequenos parecem entrar em curto-circuito.
Uma das áreas que não nascem prontas é a parte superior da massa cinzenta, composta pelo neocórtex. Essa região, que corresponde a 85% do cérebro, é responsável por capacidades como reflexão, planejamento, imaginação, pensamento analítico e solução de problemas. Mas nos primeiros anos de vida, faltam conexões suficientes entre os neurônios que existem lá. "As crianças nascem com muitas áreas sem a camada de gordura que reveste os axônios, responsáveis pela transmissão dos sinais cerebrais entre as células nervosas", explica o neuropediatra Mauro Muszkat, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). É como se um lustre viesse da fábrica com todas as lâmpadas, mas, em parte delas, faltassem os fios que permitem que elas acendam (não se preocupe, mais tarde, por volta dos seis anos de idade, tudo se iluminará). Na ausência de conexões neuronais adequadas nos primeiros quatro anos, a atividade mais intensa acontece nas partes inferiores, mais primitivas.
São as áreas que os cientistas apelidaram de cérebros reptiliano e mamífero. O primeiro é a parte mais profunda e antiga do cérebro humano, pouco modificada pela evolução. Para se ter uma ideia, ela é basicamente igual em todos os vertebrados - o elo perdido entre aquele bebê da propaganda de fraldas e uma lagartixa. Regula funções básicas relacionadas à sobrevivência, como fome, respiração e digestão. E reações instintivas de defesa e ataque, ligadas ao sentido de autopreservação da espécie e à defesa territorial. Já o cérebro mamífero é equipado com habilidades para a convivência e a construção de relações sociais. Também conhecido como cérebro emocional, inclui o sistema límbico, estrutura cerebral que desperta emoções fortes, como raiva, medo e estresse associado à separação. Enquanto a parte mais primitiva do cérebro já vem bem desenvolvida desde o nascimento, a parte superior - nosso cérebro racional, composto pelo neocórtex e em particular pelos lobos frontais, que comanda o pensamento racional, a capacidade de solucionar problemas, criatividade e imaginação - só atinge sua plena maturidade por volta dos 25 anos de idade. "É uma das últimas partes do cérebro a se desenvolver, e permanece em constante construção durante os primeiros anos da vida", diz o pediatra e psiquiatra Daniel Siegel em seu livro The Whole Brain Child (algo como "O cérebro integral do bebê"), sem tradução no Brasil. Por isso, alguns comportamentos que queremos que nossas crianças demonstrem são praticamente impossíveis para elas. "A habilidade de tomar decisões equilibradas, controle emocional, ética e capacidade de prever as consequências de seus atos dependem de uma parte do cérebro que ainda está em formação, e que não está disponível para elas todo o tempo", afirma Siegel, que também é pesquisador na Universidade da Califórnia.
Cérebros em fúria
Uma crise de birra significa que um de três alarmes - raiva, medo ou temor da separação - foi acionado na parte inferior, mais primitiva, do cérebro infantil. Esses sistemas, que fazem, por exemplo, com que o bebê se sinta terrivelmente inseguro ao menor afastamento dos pais, ou se assuste e chore diante de um barulho, foram originalmente desenvolvidos para proteger os filhotes de situações perigosas, como ser devorados por um predador. "No mundo moderno, os estímulos para acionar os sistemas de medo ou raiva podem ser você saindo do quarto, uma porta batendo ou um coleguinha pegando um brinquedo dele", diz a psicóloga Margot Sunderland, autora do livro The Science of Parenting (que poderia ser traduzido como "A Ciência da criação de filhos"), sem edição no Brasil. "Sem o auxílio da parte superior do cérebro para racionalizar e se acalmar, o resultado é que a criança fica superexcitada, com altos níveis de substâncias químicas associadas ao estresse percorrendo seu corpo e cérebro", afirma Sunderland, diretora de educação e treinamento no Centre for Child Mental Health, em Londres.
Nessas situações, a amígdala, uma das regiões da parte inferior do cérebro, normalmente disparada em situações de perigo, bloqueia as conexões da parte racional com a parte mais instintiva. "É como se um portãozinho de segurança fosse colocado na base de uma escada, tornando o acesso ao cérebro superior inalcançável", diz Daniel Siegel. Ou seja: não bastasse o cérebro ainda estar em construção, quando os pequenos estão sob forte estresse, algumas áreas dele ficam inacessíveis às crianças pequenas durante o momento da birra. E aí, mesmo sendo muito bem educada, fica difícil se controlar.
Trabalho em equipe
Até os quatro anos, essa falta de sintonia na cabeça dos pequenos tem um agravante: nessa idade, os dois hemisférios cerebrais ainda não trabalham de forma totalmente integrada. Se você já conviveu com uma criança pequena - seja seu filho, sobrinho ou aquele menino barulhento do apartamento de cima -, deve ter percebido que até essa idade as crises de fúria parecem nunca ter fim. Nessa fase, ainda não há fibras mielinizadas suficientes no corpo caloso, que conecta os dois hemisférios cerebrais. Como Tico e Teco ainda não se conhecem muito bem, falta um trabalho em equipe que é crucial para um comportamento equilibrado. Enquanto o lado esquerdo é responsável pelo pensamento lógico, linear e pela linguagem, o direito é intuitivo, emocional e não-verbal. Quando esse último trabalha sozinho, somos dominados por sensações físicas e emoções.
É mais ou menos o que acontece com as crianças de menos de quatro anos, nas quais esse lado do cérebro é dominante. Elas ainda não têm a habilidade de recorrer à lógica e às palavras para expressar seus sentimentos e vivem completamente no presente. "Por isso são capazes de deixar tudo para se ajoelhar e observar com toda a atenção uma joaninha atravessar a calçada, sem se preocupar se estão atrasadas", diz o pediatra. É essa inundação emocional também que explica a choradeira desproporcional do pequeno simplesmente porque você não deixou que ele mexesse num objeto na casa que vocês foram visitar.

Driblando o choro
Mas, se não dá para evitar as birras, é possível pelo menos contorná-las. O truque: tentar ajudar o bebê a integrar melhor as diferentes partes do cérebro, colocar as cabecinhas para trabalhar de forma coordenada, com a lógica do lado esquerdo do cérebro ajudando a controlar as emoções do lado direito, e a parte superior permitindo racionalizar e analisar as reações instintivas e viscerais da parte inferior. Como acontece com os adultos (pelo menos é o que esperamos).
Por isso, segundo o pediatra Daniel Siegel, no auge da crise da criança, quando o hemisfério direito está predominante, o melhor é abordá-la de forma emocional. Para isso, quando começar a birra, abrace-a, use expressões faciais empáticas e um tom de voz carinhoso. Traduza em palavras os sentimentos que ela própria não consegue descrever - já que seu hemisfério esquerdo, responsável pela linguagem, não está no comando. Diga frases como: "Eu entendo que você ficou muito chateado porque seu coleguinha teve de ir embora. É muito chato quando isso acontece". Isso vai acalmá-la. Depois, ajude-a a retomar a conexão com o hemisfério esquerdo, pedindo que ela mesma recorra à linguagem para explicar por que ficou chateada e propondo alternativas para resolver o problema. Pode dizer algo como: "O que você acha que a gente pode fazer para ficar divertido de novo? Do que nós dois poderíamos brincar?".
Como até os quatro anos de idade a atividade no hemisfério esquerdo - responsável pelo pensamento lógico - é limitada, não surtirá nenhum efeito argumentar com a criança. Nem gaste seu latim explicando por que você não pode comprar aquele brinquedo agora. Mesmo que você seja muito didático, as probabilidades de que ela entenda são pequenas. Como não existe uma percepção clara de linearidade e passagem do tempo, tampouco adiantará prometer para depois. O modo mais rápido de acabar com a birra, sugerem os especialistas, é atrair a atenção da criança para outra coisa, seja mostrando outro objeto interessante ou fazendo algo inusitado para distrair a criança do motivo da crise. Vale mostrar o elevador do shopping ou convidá-la para um passeio na escada rolante.
Outra estratégia para evitar os acessos de manha é tentar ajudar a criança a acessar a parte superior do cérebro, em vez de atiçar a parte inferior, mais reativa e instintiva. Para isso, ao vê-la tentar pegar um enfeite de vidro na sala, em vez de gritar "não" e impedi-la - o que pode provocar uma reação furiosa -, proponha algo que a obrigará a considerar um plano e fazer uma escolha, atividades relacionadas à parte superior do cérebro. "Vamos brincar lá fora? O que você acha que poderíamos fazer?".
E se nada disso funcionar, você ainda tem uma opção: colocar a criança para correr. É sério. A atividade física pode alterar a química cerebral. Para evitar que os hormônios ligados ao estresse assumam o comando, convide-a para correr no jardim ou brincar de não deixar o balão cair - e veja como ela muda de astral.
Paz e amor em família
Outra dica valiosa para evitar birras e diminuir a quantidade delas a longo prazo: controle-se você também. O neuropediatra Mauro Muzkat, da Unifesp, alerta que o estado emocional dos pais tem grande impacto sobre o comportamento dos filhos e o nível de excitação da criança. "Graças aos neurônios-espelho, as crianças reproduzem desde as expressões até as sensações dos pais", diz ele. "Se a criança está tensa, os pais não devem entrar no mesmo circuito reativo. Isso só vai pôr mais lenha na fogueira", afirma.
Se, ao contrário, você conseguir manter uma boa atitude cada vez que um novo acesso de fúria da criança acontecer, terá boas chances de ajudá-la a programar seu cérebro para ficar mais calma também a longo prazo. Afinal, pesquisas revelaram que o cérebro é plástico, moldável. Ou seja: as dicas aqui valem para os momentos de birra, mas poderão surtir efeitos positivos durante todo o resto da vida da criança.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

EU GOSTO DE LER PAULO COELHO, DE TOMAR INJEÇÃO E DE COMER JILÓ… EU GOSTO. E GOSTO NÃO SE DISCUTE, CERTO?(EBERTH VÊNCIO)

 

"Eu nunca sonhei com você, nunca fui ao cinema, não gosto de samba, não vou a Ipanema, não gosto de chuva, nem gosto de sol"

(Tom Jobim)

Eu gosto também de me resfriar com as chuvas de verão. Gosto da coriza, dos 40 graus de febre, de curtir ressaca brava e de preparar fumegantes chás de boldo. De amarga, já basta a vida? Ao contrário das seriemas e do resto da humanidade, eu gosto das cobras (porque, como eu, elas engolem sapos).

Eu gosto de votar em políticos que adesivam o meu carro com fotos, números e slogans, que encham semanalmente o tanque de gasolina, e que coloquem créditos no meu aparelho celular. Eu gosto de acordar bem cedo no domingo e votar no primeiro candidato cretino que me venha à mente. Bom mesmo é vender o voto. Eu gosto de desfazer planos para o futuro, entende?

Eu gosto de provocar indignação, de gerar dúvidas. Eu gosto de contrair matrimônio e dívidas. Eu gosto de adoecer só para ler as bulas de remédios. Eu gosto de atestados médicos. Eu gosto de remediar. Eu gosto de furar qualquer tipo de fila, desde que não sejam filas da puta, nem filas para as câmaras nazistas para extermínio. Eu gosto do atual salário mínimo.

Eu gosto de levar susto. Eu gosto do atendimento do SUS. Eu gosto de hospitais, do cheiro do éter, de viajar na maionese, ser acometido por colônias de salmonelas e pensamentos inovadores. Eu gosto das dores do parto. Eu gosto da diarreia, da gonorreia e dos biscoitos embolorados da Dona Neia. Eu gosto de comer hóstia, escargot e o pão que o diabo amassou.

Eu gosto de carregar bíblias sob o sovaco para construir escolioses eternas. Eu gosto de suar a camisa em templos lotados de crentes. Eu gosto de cerveja quente, de boi doente e de mulher da gente. Eu sou como a maioria de vocês: eu gosto de me sentir diferente, embora que seja igual a todo mundo.

Eu gosto dos shows que atrasam além dos vinte minutos previstos em lei. Eu gosto de frequentar baladas com música ruim, só pra pegar mulher boa. Eu gosto das poposudas da laje, das peitudonas da marquise, das siliconadas do terraço. Eu gosto (admiro pra-caralho) de todos os cirurgiões plásticos do planeta. Eu gosto de cantar de cor e salteado todos os refrões onomatopeicos da música popular brasileira, desde o "tchan tchan tchan tchan tchan" até o "tchê tchererê tchê tchê". Eu gosto, enfim, de todo tipo de música comercial que venda bem não importando a quem. Eu gosto mesmo é da quantidade.

Eu gosto de construir torres gêmeas com livros de capa dura, principalmente os clássicos da literatura, a chamada "leitura essencial". Eu gosto de meter o pé em todas elas, derrubando-as como se fosse Bin Laden. Eu gosto de toda aquela filosofia esparramada pelo chão. Eu gosto de desmentir os Pensadores.

Eu gosto de frequentar academias literárias, de acordar os velhinhos imortais recostados nas suas bengalas, de tomar chá gelado com eles, de comer bolachas sabor água e ouvir saraus insossos. Eu gosto de gente que não larga o osso. Eu gosto de massagear o ego dessa gente. Eu gosto das massagens a quatro mãos das universitárias legítimas que executam qualquer fantasia sexual, até o fim e sem frescura.

Eu gosto do calor da discussão. Eu gosto de ficar preso no congestionamento curtindo o por do sol. Eu gosto de saber que a indústria automobilística quebrou mais um recorde de vendas de carros novos. Eu gosto da isenção do IPI. Eu gosto das metas do Governo. Eu gosto de superávits primários, embora não faça ideia do que isto significa. Eu gosto de me divertir com depoimentos na CPI do Congresso. Eu gosto de pagar Imposto de Renda. Eu gosto das calcinhas de renda da Doutora Mirtes.

Eu gosto do horário eleitoral gratuito. Eu gosto de ouvir "A Voz do Brasil". Eu gosto das propagandas da Casa Bahia. Eu gosto de depilar as virilhas. Eu gosto da cava rasa, da cava funda, da depilação a laser e do lazer garantido. Eu gosto do meu urologista. Eu gosto dos períodos de carência dos planos de saúde. Eu gosto de brindar com vinho barato.

Eu gosto de quebrar o espírito natalino. Eu gosto desta fama de ateu. Eu gosto de contar piadas em velórios. Eu gosto de parar o carro em fila dupla para espiar como foi mesmo o acidente. Eu gosto de dor de dente. Eu gosto de beijar o seu mau hálito. Eu gosto de tártaros. Eu gosto dos meus maus hábitos. Eu gosto de nadar e morrer na praia. Eu gosto de ressuscitar dúvidas ao terceiro dia. Eu gosto das terceiras vias.

Eu gosto das vaias, dos apupos e das poluções noturnas sobre o lençol. Eu gosto dos efeitos colaterais dos remédios e das reações adversas dos críticos. Eu gosto do suposto romance de Cristo com Madalena. Eu gosto do sabor da cibalena. Eu gosto de criar polêmicas em cativeiro. Eu gosto de ler poesia no banheiro. Eu gosto do gosto de fel dessas palavras. Eu gosto de fingir delírios. Eu gosto. E gosto não se discute, certo?

POR EBERTH VÊNCIO EM 15/02/2013 ÀS 01:06 PM “Sosseguem. Meus dois canos fumegantes só atiram palavras”. Publicado em colunistas "Jogos, trapaças e dois canos fumegantes" (Guy Ritchie, 1998).

(texto retirado de “BULA REVISTA”)

clip_image001É importante deixar claro que o medo do escuro faz parte do rol de fraquezas de qualquer ser humano dito “normal”. Por isso mesmo, a minha repulsa pelas sombras. Não sou emo, não sou dark, nem sou punk: eu simplesmente despertenço a qualquer modalidade de tribo.

É importante frisar que, apesar de ser uma mulher — criatura elencada com defeitos insolúveis, como menstruar, parir e chorar aos menores esforços — eu posso também odiar, trucidar como o mesmo élan do homem que matou o facínora, ou de um homem-bomba, ou do melhor homem de todos os homens do presidente. Sabia que alguns exércitos já permitem (toleram) que mulheres engrossem as suas fileiras? Hoje em dia, engrossar o caldo em casa é coisa só para as amélias.

É importante que você saiba: eu não sei quem mexeu no seu queijo. Não me leia com esta cara de espanto: os ratos também festejam os entulhos em mim.

É importante que surja no próximo conclave do Vaticano o nome de um Papa minimamente assemelhado ao cidadão comum — o brasileiro comum, por exemplo — cuja fé incomum jamais se abala, mesmo nos momentos mais caóticos do viver, quando então a crença num Ser Superior parece, na verdade, um surto dos mais inferiores. Eu também não sei por que Bento XVI renunciou ao papado. Não se deve esperar toda a verdade, muito menos da parte do alto clero. O último a sair, por favor, apague a luz da sacristia.

É importante que a abertura de novos templos fomente a receita, o balanço patrimonial e o fluxo de caixa das igrejas. Muito mais do que acreditar em dogmas, é preciso compreender que a fé (mais que a matemática) involui em regressão geométrica.

É importante que a métrica nunca mais se intrometa e volte a fazer parte da estrutura de um poema (retroceder, jamais!). Eu sinceramente espero (eu praticamente imploro) que a poesia continue a ser publicada pelo maior número possível de editoras, a despeito do inegável prejuízo financeiro que ela representa. Nunca se sabe quando vamos precisar da lira. Conheço um sujeito que desistiu de tomar raticida com coca-cola depois de ler “Os Estatutos do Homem”, de Thiago de Mello. Ao se depararem com poemas como este, até as ratazanas beberiam os seus goles de humanidade.

É importante que ninguém se sinta diminuído por preferir ficar sozinho. Nadar contra a correnteza pode parecer uma coisa bastante idiota, porém, num mundo com tamanhas incertezas, uma a mais, uma a menos, não faz a menor diferença. Portanto, aceitem o meu isolamento. Melhor que isto: unicamente, para o seu conforto, imaginem que eu esteja apenas passeando com amigos numa gôndola em Veneza.

É importante que a indústria farmacêutica evolua nalguma espécie de silicone neuronal cujo implante através de uma das têmporas permita a injeção de juízo na massa encefálica de homens e mulheres. Urge preencher o tempo vazio e o espaço morto, ao invés dos peitos murchos.

É importante que os velhos jamais se furtem em caducar. Ao que parece, numa situação tão crítica e caótica quanto a velhice, faz-se mister esquecer para não mergulhar na insanidade. Aqueles poucos que insistem acabam reféns de Alzheimer.

É importante conhecer a Alemanha, a França, o Reino Unido, o Caribe e, até mesmo, a Disney (O Mundo da Fantasia). Eu admito: não dá mais pra ficar levando o mundo real tão a sério.

É importante buscar algum grau de importância moral na morte (a importância social parece evidente), além do expurgo e da mera assepsia. Para o equilíbrio ideal das coisas, não seria mais aceitável à humanidade parar de nascer, ao invés de morrer o que se ama? Eis aqui uma pergunta que não se calará nem mesmo após o último suspiro.

É importante dar algum crédito aos fatos desimportantes, como um mentecapto que fala com o vazio. Quem poderá assegurar que ele, na verdade, não esteja falando para olhos e ouvidos de outra dimensão? Você já ouviu falar em vidas paralelas? E em palavras cruzadas? Vou sair pela tangente.

É importante que os trocadilhos sejam usados com parcimônia, em doses homeopáticas, pois, o exagero poderá matar um belo texto em potencial. Agora, a chatura exponencial continua a matar de raiva qualquer leitor mais exigente.

É importante que a minha masculinidade não seja questionada pelo simples fato de eu me fazer passar por uma mulher. Há séculos os homens utilizam este artifício, ao se travestirem em busca da autoafirmação. Posso lhes afirmar, sem nenhum receio: eu não me sinto nem um pouco inadequado ao me deparar com um bebê sugando um seio.

É importante ressaltar os benefícios da fantasia no cotidiano do abilolado homem moderno. O faz-de-conta — assim como a oração e as juras de amor eterno na alcova — é uma ilusão passageira, um quase nada perto do que representa estar lúcido e alerta 16 horas ao dia. Normas, leis, regulamentos, estatutos... Ora, ninguém merece tanta ordem!

É importante falar de tudo ao mesmo tempo, num exercício preguiçoso de se dizer praticamente coisa alguma. Ou seja, confundir os pensamentos faz parte da estratégia de qualquer escritor melindroso, mesmo aqueles mais mal intencionados, como eu, por exemplo.

C H O C A N T E: ANTIGAMENTE, TUDO QUE VOCÊ PRECISAVA ERA DE UM ABRAÇO, HOJE, “Às vezes tudo o que se precisa é de um emoticon”… (TEXTO DA BULA-REVISTA)

sábado, 8 de junho de 2013

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Muito bom o artigo de Solange Frasca, psicopedagoga e coordenadora-assistente do Colégio Vital Brazil, em São Paulo e Cláudia Gindre, psicóloga clínica: Dez medidas para ajudar a criança a tirar o boletim do vermelho.

Você já tentou estudar junto, contratou professor particular, inscreveu em aulas de reforço e o boletim escolar do seu filho continua no vermelho. A situação parece desesperadora, mas é possível revertê-la. O primeiro passo –e o mais importante de todos– é organizar a rotina, não só da criança, mas da família também.

"Às vezes, a criança tem professor particular, mas não possui uma rotina de estudos. Ela estuda de qualquer jeito, a qualquer hora, sem organização", afirma Solange Frasca, psicopedagoga e coordenadora-assistente do Colégio Vital Brazil, em São Paulo.

Não há resultado sem esforço e a criança precisa entender isso cedo. "O insucesso na escola está muito associado aos deveres que não foram feitos. Sem praticar em casa, ela não vai saber responder na hora da avaliação", diz a psicóloga clínica Cláudia Gindre, que trabalha em uma escola no Rio de Janeiro (RJ).

Na hora do estudo, é preciso dosar a presença do adulto por perto e reservar o auxílio, seja de um dos pais ou de um professor particular, para dificuldades em temas pontuais.

"A família tende a poupar o filho das suas responsabilidades. Já a escola cobra a criança para ser mais autônoma e responsável. O momento da prova é um exemplo dessa cobrança. Não tem um adulto por perto para ajudar. Uma criança que é sempre amparada na hora de estudar pode ter dificuldade com autonomia, iniciativa e organização", afirma Cláudia Gindre.

A seguir veja dez medidas práticas para melhorar o desempenho da criança na escola:

1 - Estipule um horário de estudo diário
Coloque a criança para estudar em um local arejado, iluminado, sem barulhos e interferências externas (como videogame e TV), com acesso direto a todo o material escolar;

2 - Além da lição de casa
Peça para a criança revisar o conteúdo visto por último, estudar uma disciplina por dia e anotar todas as dúvidas para tirar em sala de aula depois;

3 - Dê mais responsabilidades para seu filho
Dependendo da idade dele, determine que arrume o quarto e lave os talheres que suja, por exemplo. O indicado é atribuir responsabilidades desde cedo;

4 - Corte atividades extracurriculares em prol do estudo
Balé, inglês, futebol, natação e outros. O excesso de cursos extracurriculares pode atrapalhar a rotina de estudos. É preciso encaixar um horário para fazer lição de casa e estudar;

5 - Peça para que a criança anote tudo na sala de aula
O conteúdo das aulas, as dicas, os lembretes, os dias de prova. Tudo deve ser anotado para que seu filho não se esqueça depois;

6 - Confira a mochila sempre
Ter o material escolar do dia é fundamental para que a criança aprenda mais em sala de aula. Se ela esquece um livro importante, não poderá acompanhar a leitura e pode até ser repreendida por isso;

7 - Converse com a escola
Alinhe as suas medidas com as do colégio. Saiba qual é o comportamento do seu filho em sala de aula;

8 - Tenha paciência
A melhoria no desempenho não é imediata, e o tempo de recuperação vai depender do quão desorganizado seu filho está atualmente. Quanto mais o dia a dia estiver bagunçado, mais difícil e demorada será a adaptação;

9 - Consulte especialistas
Procure especialistas para descobrir até que ponto fatores emocionais, fisiológicos ou cognitivos estão interferindo no desempenho da criança na escola. Comece com uma conversa com o pediatra e com o coordenador pedagógico da escola. Eles podem ajudar a detectar o problema ou sugerir a ajuda de outros profissionais, como psicólogo e fonoaudiólogo;

10 - Em último caso, mude de escola
Mas não mude por mudar. Tente encontrar um colégio adequado às
necessidades de aprendizagem do seu filho. "Existem colégios com perfis diferentes, que apresentam o conhecimento e dialogam com os alunos de várias maneiras. A família precisa ter sensibilidade para sentir onde seu filho vai aprender melhor", afirma a psicóloga clínica Cláudia Gindre.

VAI PARA UMA R.P.N? NÃO ESQUECE O DISCURSO…

Imagens engraçadas - Cábula dos politicos

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Pepe Mujica sobre possível indicação ao Prêmio Nobel da Paz: “Que prêmio da paz, nem prêmio de nada. A paz levo interiormente, e o prêmio eu já tenho. O prêmio está nas ruas do meu país, no abraço dos meus companheiros”

 

mujica nobel paz

Mujica rejeita possível indicação ao Prêmio Nobel da Paz: “Estão loucos”

O presidente do Uruguai, José Pepe Mujica, falou pela primeira vez sobre o desejo de uma ONG holandesa de indicá-lo ao Prêmio Nobel da Paz. A entrevista foi concedida à TVE, emissora de televisão espanhola. O líder sul-americano rejeitou a possibilidade, e foi além. Veja a íntegra da resposta abaixo:

Estão loucos. Que prêmio da paz, nem prêmio de nada. Se me derem um prêmio desses seria uma honra para os humildes do Uruguai conseguirem um dinheiro a mais para fazer casinhas… no Uruguai temos muitas mulheres sozinhas com quatro, cinco filhos porque os homens as abandonaram e lutamos para que possam ter um teto digno… Bom, para isso teria sentido. Mas a paz se leva interiormente. E o prêmio eu já tenho. O prêmio está nas ruas do meu país. No abraço dos meus companheiros, nas casas humildes, nos bares, nas pessoas comuns. No meu país eu caminho pela rua e vou comer em qualquer bar sem essa parafernália de gente de Estado.

SE O MEU VOTO GARANTISSE O PRÊMIO, ERA CERTO ELE GANHAR!!!

terça-feira, 4 de junho de 2013