sábado, 14 de agosto de 2010

Comentário meu sobre artigo encontrado no “amalgama”

JURAMENTO JORNALISMO

“Juro / exercer a função de jornalista / assumindo
o compromisso / com a verdade e a informação. / Atuarei dentro dos princípios universais/ de justiça e democracia,/ garantindo principalmente / o direito do cidadão à informação. / Buscarei o aprimoramento / das relações humanas e sociais,/ através da crítica e análise da sociedade,/ visando um futuro/ mais digno e mais justo/ para todos os cidadãos brasileiros./
Assim eu Juro.”

Imagino que todos conheçam as palavras acima. São o juramento que todo formando/jornalista pronuncia no dia de sua colação de grau. Mas aí começa o problema: em nossa sociedade jogamos palavras ao vento, não nos importamos de renegar algo que juramos quando saímos da faculdade. Entregamos nossas consciências (alguns até se devem perguntar: consciência? Que diabo é isso?…) por quaisquer dois cruzeiros, cruzados, centavos ou coisa que o valha.
Fica fácil a sua linha de raciocínio: se trabalho para o patrão “A”, vou falar, editar, contar, publicar o que ele mandar. A verdade? Que diabo me importa a verdade se receber no final do mês meu rico salarinho!…
E então assistimos pessoas como Fátima Bernardes e William Bonner a serviço de uma classe social que não é a deles. Eles não são a aristocracia. Eles são apenas dois “paus mandados” de toda uma classe social que insiste que o Brasil e suas riquezas existem penas para usufruto deles, os ricos, aliás, os muito ricos, que diariamente assistem à miséria grassar no resto da sociedade e continuam trancafiados em seus condomínios de luxo sentados em cima de seus sacos de dinheiro… Quadro deplorável!
E aí vêm os dois paus mandados Bonner e Bernardes e desvirtuam toda a realidade social deste Brasil em um horário em que a maioria da população miserável e sem mais nenhuma chance de se colocar a par do que anda acontecendo em seu país os está assistindo. E o povão assiste boquiaberto aquele casal manipular e interferir em suas vidas fazendo com que a realidade se transforme exatamente no que os poderosos querem que se transforme para poderem continuar massacrando o povo e roubando deste mesmo povo tudo que ele tem direito.
Bem, e aí vem você e argumenta que isto é natural, tipo: cada um defende “seu pirão primeiro”, esperando que nós, os menos esclarecidos concordemos com sua lógica ilógica.
Caro senhor, o saber não é brincadeira: todo aquele que consegue arrebanhar esta soma de informações se torna moralmente responsável por FALAR A VERDADE. Só isso, não é necessário dividir seu patrimônio com os pobres, até porque quando você divide algo material, está dividindo algo que um dia acabará. Sua casa, seu carro, sua lancha, seu Jetsky, tudo isto um dia pode ser arrebatado em algum desastre, natural ou não, mas a informação, a verdade, isto nunca pode ser retirado de um ser humano, e isto sim deve ser dividido, pois assim começa a verdadeira revolução: a revolução no íntimo das pessoas, aquela que possibilita as grandes mudanças, as grandes transformações.
Por isso não concordo com sua tese de que a imprensa deve ser partidária disto ou daquilo. À imprensa cabe um papel crucial, um papel que ela não está cumprindo, o papel de desvendar a verdade e permitir aos seus leitores e/ou telespectadores uma tomada de posição diante da vida, dos problemas da sociedade, das angústias da população.