Pegou mal para os professores da casa (da Secretaria de Educação) a escolha da Senhora Regina Vinhaes Gracindo para a Secretaria de Educação.
Logo que a notícia foi confirmada procurei informações no “Google”, que me retornou os seguintes dados:
“Natural do Rio de Janeiro/RJ fez Pedagogia e Mestrado em Educação na UnB e Doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (1993). Foi professora de educação infantil, ensino fundamental e médio, diretora de escola e assessora pedagógica da SEE - DF. É professora da FE/UnB, onde já foi chefe de departamento, coordenadora do Curso de Especialização em Administração da Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação.”
Como se vê, a escolhida parece apresentar as condições necessárias para resolver os graves problemas que assolam a educação no DF.
Pelo menos parece que a cara senhora Regina concorda com um dado importantíssimo: os professores do GDF trabalham muito e recebem pouco, muito pouco mesmo para todo o trabalho e todo o estresse que os acomete na sua função de levar conhecimento às crianças e aos adolescentes de Brasília e entorno.
Quem por acaso estiver lendo esta minha postagem deve logo pensar que sou íntima da mencionada Regina para afirmar o que escrevo acima, o que não acontece. Nem ao menos sei como ela é, nunca a vi, nunca soube dela, nunca topei com ela em nenhuma manifestação do sindicato, em nenhum encontro na EAPE - Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação, ou em nenhuma escola pública do Distrito Federal (E olha que já dei aula no Gama, no Guará, em Sobradinho, em Sobradinho II, em Mestre D’armas, em Planaltina e em Brasília...)
A minha informação é embasada pelo próprio currículo da mencionada professora. Se não, vejamos: Esta senhora trabalhou para a Secretaria de Educação do Distrito Federal, e depois de fazer seus mestrados e doutorados, “picou mula” para a UnB... Amor pela nossa tão digna faculdade? ...ou quem sabe uma procura (mais do que válida) por um salário mais digno com condições de trabalho muito mais humanas? Afinal, trabalhar na periferia do Distrito Federal, em escolas dizimadas por algo muito próximo ao descaso de toda a nação por um produto sucateado chamado “educação” não é fácil... Convenhamos que muito mais fácil que lidar com a situação “in loco”, ao vivo e a cores, é teorizar nos anfiteatros da UnB, bem longe das infiltrações, das moscas, dos lanches de sopa de feijão, dos banheiros destruídos, dos adolescentes problemáticos, da violência gratuita, dos ainda obsoletos “quadros de giz”, e etc, etc, etc... (Não me alongarei em listar o que todo bom professor da rede pública encontra em seu dia a dia. Quem conhece, sabe!)
Então, esta senhora deverá ter especial consideração com os professores do Distrito Federal, pois ela conheceu o que esta valorosa classe enfrenta em seu labutar diário, e acrescente-se que depois de tudo isto, estes profissionais às vezes ainda perdem noites de sono imaginando como proporcionar uma vida digna (pois eles estudaram para isto!) para sua família com o salário (que ainda não foi igualado ao de outras funções similares, ou seja, de nível superior, no próprio DF) que recebem por tão penosa tarefa.
O governador Agnelo deve muito aos professores, uma dívida que agora só aumenta, pois ele poderia ter-se utilizado dos préstimos de várias “pratas da casa” para esta secretaria,
Não questiono a não aceitação do nome de um professor específico, embora declaradamente sempre torcesse pelo professor Lisboa. Questiono isto sim, porque colocar um professor da UnB para gerir um universo de professores com especificidades tão acentuadas se em nossa própria categoria temos nomes de peso para tal função.
A UnB merece meu respeito, mas se o Governador Agnelo escolhesse um professor da rede pública para reitor da UnB, imaginem a ***** que aconteceria...