quarta-feira, 31 de julho de 2013

sábado, 20 de julho de 2013

A VERDADE DAS RUAS…

QUE FOTO ESTRANHAMENTE LINDA! (Sunset and Fog over San Francisco)

SERÁ QUE PEGA NO BRASIL?! “Em Lisboa, lixo na rua dá multa de 97 euros.”

Em 15 dias, o carioca que jogar lixo na rua começa a ser multado pela Comlurb. A prática de coibir a sujeirada em espaços públicos, novidade por aqui, é comum em países europeus. Em Lisboa (Portugal), por exemplo, o cidadão mais descuidado que deixar um saco do lixo no chão ou no entorno de uma lixeira pode ter que pagar de 25 a 97 euros (algo entre R$ 72 e R$ 283). Parece muito? Pois experimente deixar fezes de cão em logradouro público por lá: se flagrado terás que pagar nada menos do que R$ 2.129.

NEOFASCISMO COXINHA TENTA VIRAR IDEOLOGIA. (Miguel do Rosário)

MINHA OPINIÃO: NÓS, OS BRASILEIROS, ESTAMOS “DE SACO CHEIO” DE TANTA TENTATIVA DE MANIPULAÇÃO! SOFREMOS COM MOVIMENTOS DISPARATADOS DE TODOS OS LADOS, E TODOS TENTANDO SE VALER DE UMA POSSÍVEL INGENUIDADE DO POVO BRASILEIRO. MAS, PELO MENOS DA MINHA PARTE, EU VOS DIGO: N I N G U É M QUE DESTRÓI, QUE VANDALIZA ME REPRESENTA. POSSO ATÉ PARAR PARA ANALISAR. MAS NÃO OS ACEITO COMO MEUS REPRESENTANTES. SOU L  I  V  R  E PARA ESCOLHER O MEU CAMINHO E MEUS DESEJOS SÃO SÓ MEUS. E OS FAREI VALER NA PRÓXIMA E  L  E  I  Ç  à O. QUANDO ESCOLHEREI, E SÓ ENTÃO, MEUS REPRESENTANTES!

 

Francisco Bosco, que talvez anseie se tornar uma espécie de Sartre dos coxinhas, publicou a seguinte mensagem em seu Facebook: A PM pergunta: “Quem está tentando saquear lojas está reivindicando um país melhor?” No contexto político presente, sim, está. Passar ao real é o último recurso para transformar uma realidade que se especializou em frustrar todos os demais recursos (“política”, nas democracias contemporâneas, virou isso). Assim como, nessas condições, a política depende do real para realizar-se, por outro lado a única atitude que pode tirar as pessoas das ruas e acabar com essas passagens ao real é uma atitude efetiva, vinda do Estado, na realidade. Ou seja: ações, não apenas discursivas, mas concretas, por meio das quais o Estado reconheça sua responsabilidade pela revolta popular e comece a fazer política verdadeira, servindo à população. Mas, em vez disso, temos um governador a quem falta qualquer senso de realidade e uma polícia que sabe apenas passar ao real. Pois bem, não vai ser no registro do real que tudo isso será resolvido, mas no registro da realidade. E os manifestantes, mesmo aqueles que passam ao real (os “vândalos”) na verdade não querem isso, não querem falar a “linguagem” da PM. Esse é apenas o último recurso que resta quando os recursos da realidade são todos falseados. Portanto, respondendo novamente à pergunta da PM, quem está tentando saquear lojas está, precisamente, reivindicando um país melhor. E eles nos representam. São os únicos que realmente nos representam. Bem, vou repetir a frase que o próprio Bosco repetiu: quem está tentando saquear lojas está, precisamente, reivindicando um país melhor. E eles nos representam. São os únicos que realmente nos representam. Esse é o nível dos colunistas do Jornal O Globo. Defensores do terrorismo coxinha, disfarçado sempre de “manifestações pacíficas”. Um bando de idiotas mascarados quebrando e saqueando lojas, inclusive a fachada da Globo, incendiando carros de reportagem, depredando patrimônio público. E tudo para fazer uma revolução? Para defender uma lei de herança? Para defender uma reforma urbana que contenha uma tributação adequada para evitar que uma pessoa tenha excesso de imóveis – situação que gera o aumento no preço dos aluguéis por deixar milhares de apartamentos em mãos de um cartel imobiliário? Para criação de um forte imposto sobre o carro que deveria ser usado para construção de metrôs? Infelizmente, não. Quebram tudo para protestar contra a corrupção, contra a Copa (!) ou contra a “privatização” do Maracanã… Recebi este vídeo pelas redes sociais, falando da organização de uma grande manifestação no dia 7 de setembro. É assustador. É contra tudo e todos, petistas e tucanos, numa estratégia maquiavélica para não se associar a nenhum partido ou ideologia, mas a principal bandeira é contra “os impostos”. Ou seja, há sim interesses ultraconservadores por trás do que está acontecendo no Brasil. Há forças obscuras se movimentando para estancar o crescimento nacional. A quem interessa um país em chamas, desorganizado, com tudo sendo exibido pelo tweetcasting? Que espécie de idiotia coletiva é esta que acha bonito ver mauricinhos saqueando lojas? E se a moda pega? Vamos bater palma assistindo o povo brasileiro aderir a esta loucura coletiva e sair saqueando estabelecimentos comerciais pelo país afora? Vamos copiar modelos de guerra civil africana? É evidente que o resultado será um violento retrocesso conservador. Esta loucura tem de ser combatida na raíz. Os coxinhas já produziram a sua milícia, os mascarados vândalos, e agora começam a pipocar oportunistas querendo faturar intelectualmente. Daqui a pouco estarão dando palastras nos clubes militares, que aliás já declararam apoio entusiástico às manifestações da turma danoninho. O lado bom – se é possível achar que existe um lado bom nisto – é que este nascimento do neofascismo coxinha obriga todos a ficarem acordados: o sindicalismo adormecido, a militância partidária preguiçosa e as pessoas cujo bom senso não foi destruído por colunistas de jornal. Manifestações são positivas quando tem propósitos objetivos, democráticos e populares, e não usam métodos que visam destruir e desestabilizar o país.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

terça-feira, 16 de julho de 2013

segunda-feira, 15 de julho de 2013

SEMPRE QUE SE SENTIR TRISTE, SONHE. (POR EBERTH VÊNCIO)

Eu saquei que tinha morrido quando comecei a cruzar por um monte de gente que tinha desaparecido antes de mim. Eu não somente vi a famosa luz branca ofuscante no final do túnel, como a trespassei, mergulhando na brancura de um descampado que, certamente, seria o paraíso. No início, fiquei meio intrigado. Eu merecia céus?
Tão acostumado à competitividade da vida terrena, não me deparei com nenhuma banca examinadora das almas novatas, supostamente responsável pelo escrutínio dos desencarnados nos portões do paraíso. Pensei em alma, pensei em carne, e senti uma vontade profunda, profana, de comer um belo espetinho de picanha. Mas continuei a minha célere caminhada rumo à eternidade.
Nada de São Pedro, muito menos Deus e menino Jesus. Ora, era querer demais ser recepcionado pelo pessoal do alto escalão do além, logo eu, uma ovelha desplugada das igrejas. Lembro-me perfeitamente de ter comido as fotos de Rita Cadilac numa Sexta-feira da Paixão (sangue de Cristo tem poder!). É isso mesmo: esse povo do céu sabe de um tudo da vida da gente.
Senti um alívio malandro ao constatar que não teria o meu prontuário lido, relido e comentado em voz alta pelas entidades abalizadoras do céu. Se eu entrara direto assim naquele seleto recinto, sem precisar pular catracas ou me esgueirar, é porque eu era um cara gente boa pra caramba (sem notar, eu acabara de cometer mais um pecadinho de soberba).
Assim que pisei o solo branco do Éden, pensei: “Putz, vou conhecer Elvis e John Lennon pessoalmente”. Sabe leitores, quando se entra no céu pela primeira vez, ficamos meio atordoados, assoberbados, autoconfiantes, metidos a besta mesmo.
Tive sensação idêntica ao estrear fuleiragens num prostíbulo. Como era um adolescente dos mais babões, a vontade de pegar de uma só vez todas aquelas moçoilas desinibidas. Com muito custo e negociação (que Deus me perdoe!), aproveitei uma promoção relâmpago do covil e fiquei com Madalena, fora os trinta e oito chatos pubianos, milhões de gonococos e muito ressentimento.
Arre! Eu não devia ter comparado o céu com um bordel, inda mais num momento solene e único como aquele. Só que eu já estava dentro do paraíso. Com certeza, o meu raciocínio sacrílego passaria incólume aos anjos, santos e demais seres celestiais leitores da mente humana. Não posso mentir pra vocês: naquele cenário pacificador, eu me sentia tão bem quanto o ladrão arrependido que foi crucificado ao lado de Cristo. Cara, eu simplesmente estava sendo aceito!
O primeiro parente desaparecido que encontrei foi meu avô, todo vestido de branco, montado no Tartaruga, um cavalo das antigas. Deus era foda. Eu jamais supunha fosse permitida a entrada de animais de estimação para a eternidade. “Eita, lugarzinho porreta!”, comentei com um arcanjo que passou voando sobre nossas cabeças.
O velho saltou do cavalo velho como se não fosse um velho e me abraçou demoradamente. Pude sentir o familiar cheiro de cigarro de palha nos seus cabelos grisalhos, o que me arrastou de volta à infância na fazenda. Minha memória, de repente, ficou vívida, aguçada. Senti então um remorso danado por quase ter matado um passarinho com o estilingue, aos nove anos.
Mesmo tão antigo como um dos tonéis de carvalho nos quais envelhecia pinga, meu avô já tinha aprendido com os mentores celestiais como ler os pensamentos. Assim, ele me confortou com algum tipo de palavrório roceiro, simplista, do qual não me recordo, pois eu não parava de chorar.
“Uau! Este avant-première vai ser ducaralho”, pensei, lamentando novamente o adjutório de palavrões. De súbito, vieram-me à mente os nomes de todos os parentes mortos, listados em ordem alfabética que era pra não esquecer nenhum defunto, muito menos prestigiar fulanos em detrimento de beltranos. No céu é só amor, e ele não se mede com polegadas. As regras no paraíso também são claras, Arnaldo.
Não demorou muito notei que alguém puxava a barra da minha calça (eu trajava uma impecável roupa branca que jamais usei quando caminhava na terra). Era uma criança, um sobrinho morto ainda aos três anos de idade, arrancado da convivência familiar por conta de um acidente automobilístico dos mais tristes.
Vocês nem imaginam: não dá pra descrever com os vernáculos conhecidos o meu sentimento naquele instante. Outro dia mesmo, antes de eu morrer, enquanto atirava milho aos pombos numa praça (e eles me atiravam os seus fungos, piolhos e bactérias), eu me detive a pensar como estaria o meu sobrinho se ele tivesse sobrevivido e crescido.
O tom dos cabelos teria mudado? Qual seria o timbre da voz? Pra que time de futebol ele torceria? Ou ia gostar de natação? Ele me amaria mais ou menos do que os seus brinquedos de menino? Certo dia, o pai dele (meu irmão) confessou-me que, ao contrário do que se imaginava, ele gostava muito de sonhar com o guri para ouvir a sua voz, sentir o cheiro, tocá-lo. O que vocês acham, leitores: as dores são comparáveis? A comparação, ao menos, presta-se a sofismar o sofrimento, o que já é uma grande vantagem.
Andar a esmo pelo Paraíso tem dessas coisas. Embora cretino, sentia-me meio filósofo. Então abracei o moleque como se estivesse desbancando o próprio Cristo. “Vinde a mim as criancinhas é o cacete! O guri agora é meu. Ninguém tasca”, pensei, sendo impróprio, rude e ingrato outra vez.
A parentalha morta foi se achegando pouco a pouco e, quando dei por mim, já éramos um bando de zumbis animados a ocupar um dos infinitos jardins do Éden. Logo os amigos deram as caras para as boas vindas. Ninguém envelhecera uma ruga sequer. Sem sacanagem: duvido que os cirurgiões plásticos fizessem carreiras tão promissoras num lugar como aquele.
Era emoção que não acabava mais. Eu não ouvi nenhum pássaro-preto cantando na calada da noite. Aliás, avisaram-me logo que no céu nunca anoitecia, uma notícia que me deixou apreensivo. “Uma eternidade sem a lua… Como é que vai ser?”, lucubrei, a duvidar das reais intenções do Altíssimo.
De repente, ouvi a canção “Imagine”. Olhei pro alto de uma pedra branca (naquele lugar tudo era branco, exceto o povo; por sinal, havia muito mais gente negra do que caucasiana, o que reforçava o histórico mundial de agruras da negritude) e avistei John Lennon de terno branco, tocando o seu piano branco de cauda. Ao lado dele não estava a Yoko Ono (todo mundo sabe que a japonesa continua vivinha-da-silva em Nova York), mas o próprio Elvis trajado com o indefectível manto branco cravejado de pedrarias falsas e lantejoulas multicoloridas. O Papa Bento XVI, se ainda fosse Papa, talvez cobiçasse aquela indumentária do rei mais do que o próprio manto sagrado.
Agora só faltava dar de cara com o todo poderoso. Mas fui impedido daquele encontro casual incrível — e que seria de um constrangimento igualmente incrível pra mim — pela mão pesada de dona Cleonice, a diarista. “Acorda, doutor! São quase onze horas…”, ela reclamou a tropeçar em garrafas pelo chão da casa e quase cair. “Ateu filho-da-puta!”.
Não me xingue assim, dona Cleonice. Tenha a santa paciência. Deste jeito a senhora acaba não entrando no reino dos céus. Então fui tomar um banho e escrever esta crônica.

Eberth Vêncio é escritor e médico.

domingo, 14 de julho de 2013

Jack, o cãozinho com incríveis habilidades de equilíbrio (em geral por Kátia Keiko)

Conheça Jack, um simpático cãozinho que empilha (qualquer tipo de) objetos em sua cabeça.

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Jack é um cão talentoso! E diga-se de passagem, também muito obediente (e amável). O cão, da raça Australian Cattle Dog (aqui no Brasil conhecido como Boiadeiro Australiano), equilibra com tamanha habilidade diversos objetos em sua cabeça. Jack tem três anos de idade e vive em São Francisco, e a primeira vez que demonstrou que tinha jeito para prática foi tentando equilibrar uma pipoca, enquanto seu dono assistia a um filme. A ideia começou quando John, o tutor de Jack, decidiu postar uma foto de seu amigo peludo e suas peripécias no site Reddit. A partir daí foram centenas de comentários e muitas pessoas surpresas com a particularidade de Jack.

O cão empilha praticamente qualquer tipo de objeto. Desde itens leves, como alguns biscoitos, rolos de papel higiênico, copos descartáveis, até peças inusitadas, como um notebook, uma garrafa de vinho e um copo cheio de água. Jack acaba equilibrando dezenas de coisas diferentes e suas acrobacias são registradas através de sessões de fotos improvisadas. John garante que ele é recompensado com muito carinho, elogios e guloseimas. O peludo esbanja fofura e aptidão. Abaixo você confere alguns exemplos do show de Jack e por último uma foto que o cãozinho posa com alegria ao lado de seu dono e a namorada dele.

P.s. eu realmente concordo com algumas pessoas que comentaram que Jack não parece tão feliz enquanto pratica seu truque. Vale ressaltar que alguns cachorros possuem o olhar tristonho naturalmente. A Maddie, outra cachorrinha malabarista famosa na web, também possui a mesma expressão.

 

 

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Zim & Zou: esculturas de papel (publicado em artes e ideias por inês petiz) http://obviousmag.org/archives/2012/11/zim_zou_esculturas_de_papel.html#ixzz2Z3202JkX

Zim & Zou são uma dupla francesa que decidiu contrariar o uso constante do computador, em particular no trabalho gráfico, resgatando a nostalgia do papel e dos trabalhos manuais. Fora do meio digital, constroem fantásticas esculturas em papel, que se destacam pela vivacidade das cores e pelo detalhe. Versáteis, montam instalações com as peças e introduzem a sua arte manual no design gráfico e web.

Zim & Zou, “Hermès Parrot” e “Cabinet of curiosités”.

alimentos, artesanal, comida, design, papel, zim&zou

alimentos, artesanal, comida, design, papel, zim&zou

uma janela de vidros espelhados (Bukowski)

cães e anjos não são
muito diferentes.
frequentemente vou comer nesse
lugar
por volta das 2h30 da tarde
porque todas as pessoas que almoçam
ali estão particularmente arruinadas
felizes pelo simples fato de estarem vivas e
comendo feijão
próximas a uma janela de vidros espelhados
que impede a passagem do calor
e não deixa que os carros e as
calçadas cheguem ao interior.
podemos tomar quanto café
de graça quisermos
e nos sentamos e em silêncio bebemos
o café preto e forte.
é bom estar sentado em algum lugar
neste mundo às 2h30 da tarde
sem sentir-se carneado até o
branco dos ossos, mesmo
estando arruinados, sabemos disso.
ninguém nos incomoda
não incomodamos ninguém.
anjos e cães não são
muito diferentes
às 2h30 da tarde.
tenho minha mesa favorita
e depois de terminar
empilho os pratos, pires,
o copo, os talheres
com cuidado -
faço à sorte minha oferenda -
e lá fora o sol
segue trabalhando bem
descrevendo
seu arco
enquanto aqui dentro
reina
a escuridão.

sábado, 13 de julho de 2013

Leandro Fortes: médicos devem servir ao SUS (13 de Jul de 2013 | 17:06)–C O N C O R D O !!!!! CHEGA DA CLASSE MÉDIA ESTUDAR DE GRAÇA E DEPOIS DAR “UMA BANANA” PARA O POVÃO! QUEM PAGA AS FACULDADES PÚBLICAS É O IMPOSTO DO P O V Ã O !!!!!!!!!!!! QUER ESTUDAR “DE GRAÇA”? ENTÃO, DEPOIS DE SE FORMAR VAI TER QUE DEVOLVER AO ESTADO O CUSTO DE SUA EDUCAÇÃO! A P O I A D Í S S I M O !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Parodiando De Gaulle, a medicina é importante demais para ser restrita aos médicos. A saúde pública brasileira precisa também de cientistas, políticos progressistas e jornalistas corajosos. Leandro Fortes é um deles. Segue o artigo que ele publicou há pouco no site da Carta Capital.
A vez dos pobres
Decisão de obrigar estudantes de medicina a servir ao SUS não é só correta e necessária – é fundamental para o processo civilizatório brasileiro
por Leandro Fortes
Em meio às atabalhoadas reações do governo às manifestações de rua, da constituinte exclusiva ao plebiscito natimortos, a presidenta Dilma Rousseff se saiu muito bem ao mexer na estrutura de dominação social brasileira com essa história de botar os formandos em medicina para trabalhar no Sistema Único de Saúde, a partir de 2015. Trata-se de uma discussão antiga e necessária, mas que, até agora, ninguém tinha tido coragem de levar adiante. Pela reação das corporações de médicos e da nação de coxinhas de jaleco que se manifesta nas redes sociais, sem falar nos suspeitos de sempre da mídia, tudo leva a crer que Dilma mandou muito bem nesse assunto.
Todo mundo sabe que, no Brasil, as universidades públicas sempre foram um privilégio da classe média e dos ricos, quadro que só foi levemente modificado na última década graças às políticas de cotas raciais e sociais implementadas, sobretudo, no governo Lula. Lembro que, durante os governos do professor, sociólogo, intelectual, PhD e, agora, imortal da Academia de Letras Fernando Henrique Cardoso, a criminosa expansão do ensino superior privado levou essa distorção ao paroxismo.
Na Era FHC, nenhuma universidade federal foi criada, mas, em contrapartida, milhares de fábricas de diplomas se espalharam pelo território nacional para, paradoxalmente, abrigar os estudantes pobres e trabalhadores. Pior, com um sistema de crédito estudantil bolado por uma tecnocracia cruel, neoliberal, que comprometia a renda do infeliz até pelo menos quatro anos depois da formatura. Nos anos 1990, chegou-se ao cúmulo de que, em certo momento, nas universidades federais, a grande discussão dos estudantes não era sobre a qualidade do ensino, mas a falta de vagas nos estacionamentos das faculdades!
Na contramão de muita gente, sou favorável ao serviço militar obrigatório, pois se todos usufruem da pátria, é também dever de todos defendê-la. Li e vivi o suficiente, em quase meio século de vida, para saber que a paz é um muro de cristal e o preço da liberdade, como diz o velho axioma, é a eterna vigilância. Acho, apenas, que a doutrina militar brasileira, encapsulada ainda na Guerra Fria, tem que ser revista e refeita para que o conceito de defesa nacional não esteja arraigado apenas ao uso da farda. No mais, não é justo que a massa de recrutas brasileiros continue formada quase que exclusivamente por meninos pobres e negros.
Também gosto de lembrar que o voto não é obrigatório no Brasil, mas, sim, o comparecimento às urnas. O cidadão pode ir lá, no local de votação, e não votar em ninguém, simples assim. As restrições a essa obrigatoriedade de deslocamento se parecem muito com a banalização da crítica aos parlamentos, baseada em palavras de ordem que escamoteiam o efeito manada embutido nesse tipo de manifestação. Isso porque não há um único parlamento brasileiro (municipal, estadual e federal) que não seja composto por políticos escolhidos em eleições livres. Se são todos corruptos e ladrões, o são, também, aqueles que os elegeram.
Não sei se a presidenta foi correta ao estender a obrigatoriedade de serviço ao SUS para os estudantes de medicina das faculdades privadas, embora não veja nisso nenhum bicho-de-sete-cabeças. Talvez fosse o caso de impor a regra somente àqueles que estudaram com bolsa do Estado, como os beneficiários do Prouni.
De qualquer maneira, o fato é que esse poderá ser o primeiro passo para a construção de uma nova e essencial cultura de solidariedade cidadã com resultados óbvios para o processo civilizatório nacional. Mais à frente, espero, será possível estabelecer regras para que todo formando de universidade pública seja obrigado, em algum momento de seu curso, ou mesmo depois de receber o diploma, a prestar algum serviço para a sociedade que financiou seus estudos.
Ah, e que venham, também, os seis mil médicos cubanos.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

AMOR. (JOVEM CRIA AQUÁRIO ADAPTADO PARA O SEU PEIXE COM DEFICIÊNCIA)

IDENTIDADE.

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BELEZA.

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MORTE.

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CONCENTRAÇÃO.

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AMIZADE.

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VERGONHA.

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DIVERSIDADE.

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SONO.

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CARINHO.

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quarta-feira, 10 de julho de 2013

terça-feira, 9 de julho de 2013

quinta-feira, 4 de julho de 2013

quarta-feira, 3 de julho de 2013

EXCELENTE ANÁLISE DE LEONARO BOFF SOBRE A PRIMAVERA BRASILEIRA.

As multidões nas ruas: como interpretar?

Um espírito de insurreição de massas humanas está varrendo o mundo todo, ocupando o único espaço que lhes restou: as ruas e as praças. O movimento está apenas começando: primeiro no norte da África, depois na Espanha com os “indignados”, na Inglaterra e nos EUA com os “occupies” e no Brasil com a juventude e outros movimentos sociais. Ninguém se reporta às clássicas bandeiras do socialismo, das esquerdas, de algum partido libertador ou da revolução. Todas estas propostas ou se esgotaram ou não oferecem o fascínio suficiente para mover as massas. Agora são temas ligados à vida concreta do cidadão: democracia participativa, trabalho para todos, direitos humanos pessoais e sociais, presença ativa das mulheres, transparência na coisa pública, clara rejeição a todo tipo de corrupção, um novo mundo possível e necessário. Ninguém se sente representado pelos poderes instituídos que geraram um mundo politico palaciano, de costas para o povo ou manipulando diretamente os cidadãos.
Representa um desafio para qualquer analista interpretar tal fenômeno. Não basta a razão pura; tem que ser uma razão holística que incorpora outras formas de inteligência, dados racionais, emocionais e arquetípicos e emergências, próprias do processo histórico e mesmo da cosmogênese. Só assim teremos um quadro mais ou menos abrangente que faça justiça à singularidade do fenômeno.
Antes de mais nada, importa reconhecer que é o primeiro grande evento, fruto de uma nova fase da comunicação humana, esta totalmente aberta, de uma democracia em grau zero que se expressa pelas redes sociais. Cada cidadão pode sair do anonimato, dizer sua palavra, encontrar seus interlocutores, organizar grupos e encontros, formular uma bandeira e sair à rua. De repente, formam-se redes de redes que movimentam milhares de pessoas para além dos limites do espaço e do tempo. Esse fenômeno precisa ser analisado de forma acurada porque pode representar um salto civilizatório que definirá um rumo novo à história, não só de um país mas de toda a humanidade. As manifestações do Brasil provocaram manifestações de solidariedade em dezenas e dezenas de outras cidades no mundo, especialmente na Europa. De repente o Brasil não é mais só dos brasileiros. É uma porção da humanidade que se indentifica como espécie, numa mesma Casa Comum, ao redor de causas coletivas e universais.
Por que tais movimentos massivos irromperam no Brasil agora? Muitas são as razões. Atenho-me apenas a uma. E voltarei a outras em outra ocasião.
Meu sentimento do mundo me diz que, em primeiro lugar, se trata de um efeito de saturação: o povo se saturou com o tipo de política que está sendo praticada no Brasil, inclusive pelas cúpulas do PT (resguardo as políticas municipais do PT que ainda guardam o antigo fervor popular). O povo se beneficiou dos programas da Bolsa Família, da Luz para Todos, da Minha Casa Minha Vida, do crédito consignado; ingressou na sociedade de consumo. E agora o quê? Bem dizia o poeta cubano Ricardo Retamar: “O ser humano possui duas fomes: uma de pão, que é saciável; e outra de beleza, que é insaciável”. Sob beleza se entende educação, cultura, reconhecimento da dignidade humana e dos direitos pessoais e sociais como saúde com qualidade mínima e transporte menos desumano.
Essa segunda fome não foi atendida adequadamente pelo poder publico, seja do PT ou de outros partidos. Os que mataram sua fome querem ver atendidas outras fomes, não em ultimo lugar, a fome de cultura e de participação. Avulta a consciência das profundas desigualdades sociais, que é o grande estigma da sociedade brasileira. Esse fenômeno se torna mais e mais intolerável na medida em que cresce a consciência de cidadania e de democracia real. Uma democracia em sociedades profundamente desiguais, como a nossa, é meramente formal, praticada apenas no ato de votar (que no fundo é o poder escolher o seu “ditador” a cada quatro anos, porque o candidato, uma vez eleito, dá as costas ao povo e pratica a política palaciana dos partidos). Ela se mostra como uma farsa coletiva. Essa farsa está sendo desmascarada. As massas querem estar presentes nas decisões dos grandes projetos que as afetam e sobre os quais não são consultadas para nada. Nem falemos dos indígenas cujas terras são sequestradas para o agronegócio ou para a indústria das hidrelétricas.
Esse fato das multidões nas ruas me faz lembrar a peça teatral de Chico Buarque de Holanda e Paulo Pontes escrita em 1975: A Gota d’água. Atingiu-se agora a gota d’água que fez transbordar o copo. Os autores de alguma forma intuíram o atual fenômeno ao dizerem no prefácio da peça emforma de livro: "O fundamental é que a vida brasileira possa, novamente, ser devolvida, nos palcos, ao público brasileiro…Nossa tragédia é uma tragédia da vida brasileira”. Ora, esta tragédia é denunciada pelas massas que gritam nas ruas. Esse Brasil que temos não é para nós; ele não nos inclui no pacto social que sempre garante a parte de leão para as elites. Querem um Brasil brasileiro, onde o povo conta e quer contribuir para uma refundação do país, sobre outras bases mais democrático-participativas, mais éticas e com formas menos malvadas de relação social.
Esse grito não pode deixar de ser escutado, interpretado e seguido. A política poderá ser outra daqui para a frente.

EU SEMPRE SOUBE QUE AZUL NÃO ME CAI BEM…

Olha só a visão que o Sérgio Junior tem de nós! hahaha

terça-feira, 2 de julho de 2013

segunda-feira, 1 de julho de 2013

EBERTH VÊNCIO, COMO SEMPRE, DANDO SHOW: “VOCÊ TEM DIREITO A UM ÚLTIMO PEDIDO”

Suicidar com um tiro de festim.
Ter os olhos vendados pela poposuda da laje.
Gozar na boca da noite.
Apagar os erros do passado com balas de borracha.
Tomar coquetel molotov e arrotar na cara da polícia.
Comer maria-isabel no banco de trás de um chevette.
Fumar sem culpa um cigarrinho de chocolate ao leite.
Mamar nas tetas do governo.
Andar desgovernado até chegar (ou não) a Santiago de Compostela.
Amarrar na cintura uma bomba de efeito moral e encarar o destino.
Dirigir um carro funerário acima da velocidade máxima permitida.
Multar um fiscal do trânsito por excesso de preciosismo.
Morrer de causas naturais num paredão.
Repousar a cabeça, nem que seja um pouquinho, no colo da Isis Valverde.
Assistir ao Presidente da Venezuela cair de Maduro.
Receber o primeiro tiro dos lábios de uma miss venezuelana.
Cagar e andar, simultaneamente.
Limpar o bumbum com uma cédula de cinquenta dólares.
Pagar geral com moeda podre.
Importar médicos de Cuba para atenderem a presidenta e seus ministros no Sírio Libanês.
Contratar mais macas para hospitais do SUS.
Perder totalmente o fair-play num pronto socorro.
Repetir para o médico: PEC 33, PEC 33, PEC 33.
Jogar spray de pimenta no acarajé alheio, como se fosse refresco.
Sair pra comprar cigarros e nunca mais votar.
Correr nu pelo plenário azul do Senado e abraçar Sarney.
Pedir a palavra e permanecer calado.
Infiltrar um assessor exorcista dentro da bancada evangélica.
Descobrir a cura gay.
Descobrir a cura para o câncer da corrupção.
Com tantas descobertas assim, ganhar o Prêmio Nobel e enfiá-lo no rabo de um deputado federal conservador.
Descobrir por que as mães morrem.
Ficar de bem com Deus.
Parar no ar: beijar flor.
Construir um estádio de futebol para shows de música gospel.
Participar de uma manifestação em Brasília contra o reajuste de 20 centavos nas taxas de propina.
Errar um pênalti nos acréscimos e sair pro abraço.
Fazer um gol na seleção do Taiti.
Dar o pontapé inicial no traseiro do Blatter dentro do Maracanã.
Mandar um proctologista (e o Blatter) tomarem no cu.
Compor uma balada inesquecível sob a chancela Vencio & McCartney.
Declamar um poema do Mario Quintana pro pelotão de fuzilamento.
Comover o carrasco, mas não se arrepender no final.
Morrer como morre um bravo: puto da vida.