sábado, 16 de outubro de 2010

Velório do psiquiatra José Angelo Gaiarsa acontece no cemitério São Paulo – Artigo de James Cimino – Texto retirado da “Folha.com”.

Morreu neste sábado (16) aos 90 anos o médico psiquiatra José Angelo Gaiarsa. Segundo sua neta Laura, Gaiarsa morreu por volta das 5h enquanto dormia. A família ainda não sabe a causa da morte.

O velório está ocorrendo desde as 14h no cemitério São Paulo. O corpo será enterrado no cemitério da Assunção, em Santo André, onde o psiquiatra nasceu, neste domingo (17) às 8h. Gaiarsa era divorciado e deixa três filhos e oito netos.

Nascido em 19 de agosto de 1920, Gaiarsa sempre será lembrado como um iconoclasta, conforme disse seu filho Flávio à Folha.

Zeca, como era conhecido pelos amigos, falava muito contra a estrutura familiar clássica, segundo ele a maior geradora de neuroses nos indivíduos, e apoiava abertamente, em redes de rádio e TV, a liberdade feminina já na década de 1960.

Foi um o primeiro psquiatra a introduzir a psicologia analítica de Carl Gustav Jung e os estudos sobre sexualidade de Wilhelm Reich.

Inspirado por esses estudiosos, Gaiarsa ia à TV pregar contra a virgindade e a favor do comportamento sexual livre.

"Ele despertava o ódio da sociedade ao dizer que a família não era a melhor estrutura social. Dizia que no seio da família é onde as pessoas mais se deformam. Eu tinha 9 anos e me lembro de as pessoas que ironicamente defendiam a moral e os costumes da época telefonarem para nossa casa falando palavrões", conta o Flávio Gaiarsa, 61, que seguiu a carreira do pai.

Segundo ele, muitas mulheres da época se sentiram livres para sair de casa dos pais e viverem sozinhas após ouvir os ensinamentos do psiquiatra.

"Elas viam um homem mais velho e que falava desses assuntos de maneira clara na TV e se emancipavam. Eu e meus irmãos achávamos o máximo que nosso pai fizesse aquela bagunça. Morreu aos 90 anos sem perder o gosto e a capacidade de aprendizado."

VIDA

Clinicou por mais de 50 anos, publicou 30 livros e por dez anos teve um quadro de televisão em que esclarecia dúvidas dos telespectadores.

Vindo de Santo André, de uma família de seis irmãos e irmãs, entrou na Faculdade de Medicina da USP em primeiro lugar, posição que manteve por toda a graduação.

Casou-se com Maria Luiza Martins Gaiarsa, cirurgiã e colega de turma, com quem teve quatro filhos homens: Flávio, Marcos (já morto), Paulo e Dácio. Separou-se em uma época em que o rompimento das relações matrimoniais era controverso.

Foi introdutor de Carl Gustave Jung e William Reich no Brasil, psicanalistas ideólogos da revolução sexual.

Seu primeiro livro, "A Juventude Diante do Sexo", veio a partir de um artigo de capa para a revista "Realidade" sobre o comportamento sexual da juventude que passava por profundas modificações.

Seu último livro publicado foi o "Meio século de Psicoterapia". Atualmente, estava revisando para reedição a obra "Respiração, Angústia e Renascimento".

Seu último prêmio foi do International Academy of Child Brain Development,do Institute for the Achievent of Human Potential, decorrente de um trabalho recém concluído sobre o desenvolvimento físico, cerebral e emocional das crianças.

O velório está ocorrendo desde as 14h no cemitério São Paulo. O corpo será enterrado no cemitério da Assunção, em Santo André, onde o psiquiatra nasceu, neste domingo (17) às 8h. Gaiarsa era divorciado e deixa três filhos e oito netos.

Nascido em 19 de agosto de 1920, Gaiarsa sempre será lembrado como um iconoclasta, conforme disse seu filho Flávio à Folha.

Zeca, como era conhecido pelos amigos, falava muito contra a estrutura familiar clássica, segundo ele a maior geradora de neuroses nos indivíduos, e apoiava abertamente, em redes de rádio e TV, a liberdade feminina já na década de 1960.

Foi um o primeiro psquiatra a introduzir a psicologia analítica de Carl Gustav Jung e os estudos sobre sexualidade de Wilhelm Reich.

Inspirado por esses estudiosos, Gaiarsa ia à TV pregar contra a virgindade e a favor do comportamento sexual livre.

"Ele despertava o ódio da sociedade ao dizer que a família não era a melhor estrutura social. Dizia que no seio da família é onde as pessoas mais se deformam. Eu tinha 9 anos e me lembro de as pessoas que ironicamente defendiam a moral e os costumes da época telefonarem para nossa casa falando palavrões", conta o Flávio Gaiarsa, 61, que seguiu a carreira do pai.

Segundo ele, muitas mulheres da época se sentiram livres para sair de casa dos pais e viverem sozinhas após ouvir os ensinamentos do psiquiatra.

"Elas viam um homem mais velho e que falava desses assuntos de maneira clara na TV e se emancipavam. Eu e meus irmãos achávamos o máximo que nosso pai fizesse aquela bagunça. Morreu aos 90 anos sem perder o gosto e a capacidade de aprendizado."

VIDA

Clinicou por mais de 50 anos, publicou 30 livros e por dez anos teve um quadro de televisão em que esclarecia dúvidas dos telespectadores.

Vindo de Santo André, de uma família de seis irmãos e irmãs, entrou na Faculdade de Medicina da USP em primeiro lugar, posição que manteve por toda a graduação.

Casou-se com Maria Luiza Martins Gaiarsa, cirurgiã e colega de turma, com quem teve quatro filhos homens: Flávio, Marcos (já morto), Paulo e Dácio. Separou-se em uma época em que o rompimento das relações matrimoniais era controverso.

Foi introdutor de Carl Gustave Jung e William Reich no Brasil, psicanalistas ideólogos da revolução sexual.

Seu primeiro livro, "A Juventude Diante do Sexo", veio a partir de um artigo de capa para a revista "Realidade" sobre o comportamento sexual da juventude que passava por profundas modificações.

Seu último livro publicado foi o "Meio século de Psicoterapia". Atualmente, estava revisando para reedição a obra "Respiração, Angústia e Renascimento".

Seu último prêmio foi do International Academy of Child Brain Development,do Institute for the Achievent of Human Potential, decorrente de um trabalho recém concluído sobre o desenvolvimento físico, cerebral e emocional das crianças.