segunda-feira, 23 de maio de 2011

Relembrando Cico Buarque e sua fantástica “Apesar de você”!


Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu
Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora, tenha a fineza
De desinventar
Você vai pagar e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Inda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
Que esse dia há de vir
Antes do que você pensa
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear
De repente, impunemente
Como vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai se dar mal
Etc. e tal

“Além–Tédio” de Mário de Sá Carneiro

Nada me expira já, nada me vive -
Nem a tristeza nem as horas belas.
De as não ter e de nunca vir a tê-las,
Fartam-me até as coisas que não tive.


Como eu quisera, emfim de alma esquecida,
Dormir em paz num leito de hospital...
Cansei dentro de mim, cansei a vida
De tanto a divagar em luz irreal.


Outrora imaginei escalar os céus
À força de ambição e nostalgia,
E doente-de-Novo, fui-me Deus
No grande rastro fulvo que me ardia.


Parti. Mas logo regressei à dor,
Pois tudo me ruiu... Tudo era igual:
A quimera, cingida, era real,
A propria maravilha tinha côr!


Ecoando-me em silêncio, a noite escura
Baixou-me assim na queda sem remédio;
Eu próprio me traguei na profundura,
Me sequei todo, endureci de tedio.


E só me resta hoje uma alegria:
É que, de tão iguais e tão vazios,
Os instantes me esvoam dia a dia
Cada vez mais velozes, mais esguios...

Fragmento de “Passagem das Horas” de Álvaro de Campos/Fernando Pessoa

Eu quero ser sempre aquilo com quem simpatizo,
Eu torno-me sempre, mais tarde ou mais cedo,
Aquilo com quem simpatizo, seja uma pedra ou uma ânsia,
Seja uma flor ou uma idéia abstrata,
Seja uma multidão ou um modo de compreender Deus.
E eu simpatizo com tudo, vivo de tudo em tudo.
São-me simpáticos os homens superiores porque são superiores,
E são-me simpáticos os homens inferiores porque são superiores também,
Porque ser inferior é diferente de ser superior,
E por isso é uma superioridade a certos momentos de visão.
Simpatizo com alguns homens pelas suas qualidades de caráter,
E simpatizo com outros pela sua falta dessas qualidades,
E com outros ainda simpatizo por simpatizar com eles,
E há momentos absolutamente orgânicos em que esses são todos os homens.
Sim, como sou rei absoluto na minha simpatia,
Basta que ela exista para que tenha razão de ser.

Novo filme (Water for Elephants) com Robert Patinson tem elefante como coadjuvante!

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2 (Harry Potter and the Deathly Hallows: Part II)–Material retirado do site www.cinepop.com.br

 

Confesso –me ansiosa por julho, pois

adoro as histórias do bruxinho e sua

tropa!!!

Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Christian Coulson, Tom Felton, Helen McCrory, Jessie Cave, Hero Fiennes Tiffin, Frank Dillane.

Direção: David Yates

Gênero: Aventura

Estreia: 15 de Julho de 2011

Sinopse: Na segunda parte do final épico da série, a batalha entre o bem e o mal no mundo da magia se torna uma guerra entre centenas de bruxos. Os riscos nunca estiveram tão altos e nenhum lugar é seguro o suficiente. Assim, Harry Potter precisa se apresentar para fazer o seu último sacrifício, enquanto o confronto final com Lorde Voldemort se aproxima. Tudo acaba aqui.

Curiosidades:
Para manter o clima de suspense, presente nos finais dos filmes da franquia, a segunda parte começa pouco depois da cena em que Harry, Rony e Hermione são seqüestrados pelos perigosos raptores.

David Yates, que dirigiu 'Harry Potter e a Ordem da Fênix' e 'Harry Potter e o Enigma do Príncipe', comanda os últimos filmes da série.

Os atores Emma Watson, Daniel Radcliffe e Rupert Grint não serão substituídos por atores mais velhos e parecidos com eles no epílogo que se passa anos após os últimos eventos do livro. A equipe irá envelhecer os atores com maquiagem e efeitos visuais.

A Warner Bros. decidiu adaptar o filme para a tecnologia 3D. A adaptação para 3D vai significar um aumento de US$ 5 milhões no orçamento de cada filme, além de outros US$ 5 milhões pela necessidade de distribuir óculos especiais nas salas de cinema.

Autor desconhecido, mas sentimento presente em muito coração partido…

Dói demais te recordar

Sabendo-te inacessível,

E a solidão

Envolve todo o meu ser…

 

Desconheço-te agora,

Mas dentro de mim vives.

És a dor do inatingível

És a tristeza do não poder ser...

Fanatismo de Florbela Espanca

Minh’alma de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver,
Pois que tu és toda a minha vida!


Não vejo nada assim enlouquecida…
Passo no mundo, meu amor, a ler,
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!….


“Tudo no mundo é frágil, tudo passa…”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina, fala em mim!


E olhos postos em ti, digo de rastos
“Ah! Podem voar mundos, morrer astros
Que tu és como Deus: princípio e fim!…”

Frase de Pompeu, general romano, dita a navegadores amedrontados durante guerra: "Navigare necesse; vivere non est necesse", e Fernando Pessoa completou:

Palavras de Pórtico

Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: 

"Navegar é preciso;  viver não é preciso".

Quero para mim o espírito desta frase, 
transformada a forma para a casar com o que eu sou:

Viver não é necessário;  o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande, 
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.

Só quero torná-la de toda a humanidade; 
ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.

Cada vez mais ponho na essência anímica do meu sangue 
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir 
para a evolução da humanidade.

É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.