sábado, 21 de dezembro de 2013

NICKY, LUNA E DOM DIEGO – OU – ESTRANHAS AMIZADES QUE TRANSCENDEM A NOSSA COMPREENSÃO…

No último dia 11 de dezembro, uma beagle que eu "herdei" de meu filho e que viveu onze anos comigo, faleceu. Ela viveu toda a vida dela (exceto nos primeiros meses de vida, quando ela morou em um apartamento, com meu filho e minha mãe) no meu quintal, com o grande companheiro dela, o Nicky, um SRD tendendo para Pastor Alemão. Quando ela veio para minha casa, eu operei o Nicky para que ele não a fecundasse, e eles foram felizes juntos, pois então, mesmo quando ela estava no cio, eles ficavam tranquilos e podiam até cruzar, e ela não teria filhotes.

Eu moro com minha filha, que não gosta de cães dentro de casa, o que me forçou a manter meus dois grandes amigos, Nicky e Luna (a beagle) sempre no quintal. Eles moravam na lavanderia, um quarto bem resguardado, que acabou virando canil.

Em 2009 eu encontrei um gatinho (com dois meses) na vala de águas pluviais da área verde da minha casa. Levei ao veterinário, e depois não tive coragem de abandoná-lo. Então, ele passou a ser o animal de “dentro de casa” (minha filha aceitou-o bem), enquanto Luna e Nicky viviam na lavanderia e tinham o quintal para brincar, correr e latir à vontade.

Em 07 de julho de 2012 Nicky teve de ser sacrificado. Ele estava com 16 anos e pegou a doença do carrapato, como resultado parou de comer, não aceitava nem medicação, respirava muito mal e não conseguia mais andar. Seu coração começava a falhar, e a veterinária, diante da situação em que ele se encontrava, colocou-o “para dormir”, enquanto eu ficava ao seu lado e o abraçava. Ela sedou-o e então deu a injeção que o levou.

Luna ainda viveu mais um ano e seis meses, porém, no dia 11 de dezembro de 2013, após um diagnóstico de câncer nas tetas e várias tentativas de tratamento, faleceu dormindo em seu quarto. Encontrei-a morta de manhã, quando acordei e a chamei para alimentá-la.

Chamei o crematório e hoje suas cinzas e as do Nicky estão guardadas no meu escritório.

Logo após estas duas perdas, a do Nicky em julho de 2012 e a da Luna em dezembro de 2013, tenho sentido que Dom Diego tem andado muito triste.

A janela do meu quarto fica em frente à porta da lavanderia, e apesar dela ter grade e tela, Dom Diego sempre teve muito contato visual, olfativo e auditivo com Nicky e Luna. Acredito que ele tenha desenvolvido algum tipo de relação especial com Luna e Nicky e que ele sente a falta dos dois. Acredito mesmo, que agora, ele esteja sentindo a falta dos dois.

Ele tem dormido mais do que o habitual, e é comum eu o encontrar parado na mesa em frente à janela do meu quarto, olhando para a porta onde os cães ficavam.

Coisas de coração de bichos...