quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Onde você estava em 1964? (Artigo postado pelo Senhor Emir Sader no site www.cartamaior.com.br, em 27 de outubro de 2010. Diante de texto tão lúcido, nada mais me resta fazer do que re-publicá-lo em meu blog. O que sempre considero uma honra! Parabéns aos homens que fazem diferença no jornalismo brasileiro!!!)

Onde você estava em 1964?

Há momentos na história de cada país que são definidores de quem é quem, da natureza de cada partido, de cada força social, de cada indivíduo. Há governos em relação aos quais se pode divergir pela esquerda ou pela direita, conforme o ponto de vista de cada um. Acontecia isso com governos como os do Getúlio, do JK, do Jango, criticado tanto pela direita – com enfoques liberais ou diretamente fascistas – e pela esquerda – por setores marxistas.
Mas há governos que, pela clareza de sua ação, não permitem essas nuances, que definem os rumos da história futura de um país. Foi assim com o nazismo na Alemanha, com o fascismo na Itália, com o franquismo na Espanha, com o salazarismo em Portugal, com a ocupação e o governo de Vichy na França, entre outros exemplos.
No caso do Brasil e de outros países latinoamericanos, esse momento foi o golpe militar e a instauração da ditadura militar em 1964. Diante da mobilização golpista dos anos prévios a 1964, da instauração da ditadura e da colocação em prática das suas políticas, não havia ambigüidade possível, nem a favor, nem contra. Tanto assim que praticamente todas as entidades empresariais, todos os partidos da direita, praticamente todos os órgãos da mídia – com exceção da Última Hora – pregavam o golpe, participando e promovendo o clima de desestabilização que levou à intervenção brutal das FAA, que rompeu com a democracia – em nome da defesa da democracia, como sempre -, apoiaram a instauração do regime de terror no Brasil.
Como se pode rever pelas reproduções das primeiras páginas dos jornais que circulam pela internet, todos – FSP, Estadão, O Globo, entre os que existiam naquela época e sobrevivem – se somaram à onda ditatorial, fizeram campanha com a Tradição, Família e Propriedade, com o Ibad, com a Embaixada dos EUA, com os setores mais direitistas do país. Apoiaram o golpe e as medidas repressivas brutais e aquelas que caracterizariam, no plano econômico e social à ditadura: intervenção em todos os sindicatos, arrocho salarial, prisão e condenação das lidreanças populares.
Instauraram a lua-de-mel que o grande empresariado nacional e estrangeiro queria: expansão da acumulação de capital centrada no consumo de luxo e na exportação, com arrocho salarial, propiciando os maiores lucros que tiveram os capitalistas no Brasil. A economia e a sociedade brasileira ganharam um rumo nitidamente conservador, elitistas, de exclusão social, de criminalização dos conflitos e das reivindicações democráticas, no marco da Doutrina de Segurança Nacional.
As famílias Frias, Mesquita, Marinho, entre outras, participaram ativamente, no momento mais determinante da história brasileira, do lado da ditadura e não na defesa da democracia. Acobertaram a repressão, seja publicando as versões mentirosas da ditadura sobre a prisão, a tortura, o assassinato dos opositores, como também – no caso da FSP -, emprestando carros da empresa para acobertar ações criminais os órgãos repressivos da ditadura. (O livro de Beatriz Kushnir, “Os cães de guarda”, da Editora Boitempo, relata com detalhes esse episódio e outros do papel da mídia em conivência e apoio à ditadura militar.)
No momento mais importante da história brasileira, a mídia monopolista esteve do lado da ditadura, contra a democracia. Querem agora usar processos feitos pela ditadura militar como se provassem algo contra os que lutaram contra ela e foram presos e torturados. É como se se usassem dados do nazismo sobre judeus, comunistas e ciganos vitimas dos campos de concentração. É como se se usassem dados do fascismo italiano a respeito dos membros da resistência italiana. É como se se usassem dados do fraquismo sobre o comportamento dos republicanos, como Garcia Lorca, presos e seviciados pelo regime. É como se se usasse os processos do governo de Vichy como testemunha contra os resistentes franceses.
Aqueles que participaram do golpe e da ditadura foram agraciados com a anistia feita pela ditadura, para limpar suas responsabilidades. Assim não houve processo contra o empréstimo de viaturas pela FSP à Operação Bandeirantes. O silêncio da família Frias diante da acusações públicas, apoiadas em provas irrefutáveis, é uma confissão de culpa.
Estamos próximos de termos uma presidente mulher, que participou da resistência à ditadura e que foi torturada pelos agentes do regime de terror instaurado no país, com o apoio da mídia monopolista. Parece-lhes insuportável moralmente e de fato o é. A figura de Dilma é para eles uma acusação permanente, pela dignidade que ela representa, pela sua trajetória, pelos valores que ela representa.
Onde estava cada um em 1964? Essa a questão chave para definir quem é quem na democracia brasileira.

Ficha Limpa vale para este ano. Depois de empate, STF mantém decisão do TSE. (Matéria escrita por Mônica Harada, retirada do site do Correio Braziliense, em 27 de outubro de 2010)

Após sete horas de julgamento, seis dos 10 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram que a Lei da Ficha Limpa já deve ser aplicada nesta eleição.

Houve empate de 5 x 5 (Ricardo Lewandowski, Carmén Lúcia, Ellen Gracie, Ayres Britto e Joaquim Barbosa = ministros do Ficha Limpa para este ano!) no julgamento do recurso do deputado federal Jader Barbalho (PMDB-PA), eleito senador no primeiro turno das eleições, mas barrado pela Lei da Ficha Limpa. Os ministros, então, iniciaram nova votação para resolver o impasse. A maioria manteve a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que barrou o registro de candidatura de Jader Barbalho com base na Ficha Limpa e aprovou a validade da nova lei para este ano.

O impasse terminou com a sugestão e o voto do ministro Celso de Mello, que propôs manter a decisão do TSE, de acordo com o artigo 205 do regimento interno do STF – “Havendo votado todos os ministros, salvo os impedidos ou licenciados por período remanescente superior a três meses, prevalecerá o ato impugnado”.

O resultado foi proclamado pelo presidente Cezar Peluso, que disse respeitar a decisão da maioria, apesar de ser contrário à validade da Lei da Ficha Limpa.

Barrados pelo Supremo

A sessão do Supremo Tribunal Federal (STF), que começou por volta das 14h40 desta quarta-feira (27/10), julgou o recurso apresentado por Jader Barbalho, candidato eleito para o Senado pelo Pará, que teve a candidatura barrada pelo TSE com base na Lei da Ficha Limpa.

Jader renunciou ao mandato de senador, em 2001 para escapar de possível cassação por quebra de decoro. Seus advogados contestaram a decisão do TSE no Supremo, questionando a validade da Ficha Limpa para este ano.

Com o posicionamento da instância suprema da Justiça, Jader Barbalho e os demais enquadrados pela lei, incluindo o ex-governador do DF Joaquim Roriz, tornam-se inelegíveis durante o período remanescente do mandato e nos oito anos seguintes ao término da legislatura.

Palmas para o Brasil! Palmas para o STF! Palmas para a aprovação do Ficha Limpa já para estas eleicções! Palmas para o povo brasileiro! Fora, candidatos Ficha Suja!!!

Ainda não tenho os detalhes, pesquisarei… pesquisarei…

Mas o principal é que o Ficha Limpa está valendo!!!

Viva o Brasil! Viva a derrota de candidatos Ficha Suja!!!

Creolina e água sanitária neles!!!!!!!