quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A garganta do Lula

Eu não sou petista de carteirinha, mas gosto de votar no PT, e gosto ainda mais de votar no Lula. E agora estou muito preocupada com a garganta do Lula...

Já vivi muita coisa neste meu país, algumas coisas boas, outras muito ruins. Quanto às coisas ruins, já vi o povo brasileiro calado, com a voz presa na garganta, sem reclamar, sem lutar, sem tentar mudar uma realidade imposta por ditadores da pior espécie.

Neste momento triste da vida brasileira, algumas vozes se fizeram ouvir, e entre estas vozes, estava a do Lula.

Era um prazer ouvir aquele vozeirão conclamando o povo a exigir mudanças na política do nosso país. Só quem teve a voz silenciada pode entender a importância de se ouvir um companheiro corajoso afrontar os ditadores e exigir liberdade, e exigir melhores salários, e exigir melhores condições de trabalho, e exigir que a subserviência ao FMI se acabasse, e exigir respeito para as minorias, e exigir mais saúde para a população, e exigir melhores preços na cesta básica, e exigir tanta coisa que um dia esta voz foi eleita presidente do Brasil!!!

E o melhor é que houve coerência entre a voz do Lula e o que o Lula fez como nosso presidente: o Brasil realmente melhorou, o Brasil realmente se tornou um lugar melhor para se viver, o Brasil realmente se tornou um lugar mais ameno para os mais pobres, o Brasil realmente se tornou mais respeitado lá fora e deixou de ser capacho para os países do primeiro mundo.

Conseguimos agora nossa própria voz, agora falamos abertamente, berramos nossas indignações, reclamamos à vontade, xingamos aqueles governantes que nos traem e abandonam, delatamos as injustiças, botamos a boca no trombone se alguma promessa não é respeitada, rodamos a baiana se nossos direitos não são respeitados!

Mas não me esqueço de um tempo em que eu grudava o ouvido em uma janela de um Ministério em Brasília para ouvir as palavras de um líder sindical de passagem por nossa terrinha, e neste tempo, ela era uma das poucas que nos diziam que era possível sonhar, e que iríamos conseguir...