1 – O trabalho do professor da Rede Pública de Ensino do DF deve ser avaliado? Como? Por quem?
Uma aula é como uma linda noite de amor, quando “as sombras de tudo que fomos nós, as marcas do amor nos nossos lençóis, as nossas melhores lembranças”, “trocando em miúdos” (e citando Chico Buarque de Holanda)... ficam evidentes e são decifradas por qualquer um que se interesse em buscar o que não pode ser escondido...
Sou favorável à avaliação, pois ela já é uma realidade em toda escola. Ela acontece dos professores aos alunos, passando por serventes, diretores, merendeiras, enfim, por todos que de alguma forma interagem no ambiente escolar...
O que se deve discutir é o porquê da avaliação e o que fazer com estes resultados.
Como sistema punitivo (cruel e hipócrita) como acontece hoje em dia, de nada adianta, não melhora nada, não avança nenhuma questão!
Mas se os resultados forem usados por pessoas com sensibilidade e humanidade, como ponto de partida não para acumular pontos e alguns trocados em contracheques de apadrinhados, mas como uma forma de avançar a educação, como uma forma de mostrar aos professores estratégias para que os alunos melhorem seus rendimentos, então temos em mãos uma carta valiosíssima que pode nos possibilitar virar o jogo da educação.
Por isso, para a avaliação cumprir seu papel, precisamos avançar na questão do salário do professor, POIS UM MESTRE BEM PAGO NÃO TEME PERDER ALGUNS CENTAVOS DE SEU SALÁRIO, e indubitavelmente TERÁ MUITO MAIS CAPACIDADE PARA LIDAR COM SUAS PRÓPRIAS DEFICIÊNCIAS sabendo que terá condição de as sanar sem que seja penalizado por isso.
2 – Você concorda com a criação de gratificação por desempenho para os professores?
Um mestre nunca deveria precisar receber gratificação de desempenho para fazer bem sua obrigação! O PROBLEMA É QUE NÃO SE PAGA AO MESTRE O QUE O MESTRE VALE, então, ao invés de melhorar as condições de trabalho de todos AUMENTANDO SEUS SALÁRIOS DE FORMA QUE TODOS POSSAM SE ATUALIZAR, CRESCER PROFISSIONALMENTE FAZENDO MESTRADOS, DOUTORADOS OU COISA QUE O VALHA, prefere-se inventar estas fórmulas capengas que privilegiam alguns mais bem aquinhoados, talvez com maridos, ou esposas, ou mesmo famílias em melhor condição de prover financeiramente o núcleo familiar e assim permitir que estes elementos deslanchem profissionalmente, enquanto a outros, que às vezes são arrimo de família, só resta a acomodação por falta de total condição de se envolver em projetos paralelos ao trabalho na escola e às responsabilidades do lar.