sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

ESPAM/PROJECAO

Mudanças

Claro que tanto sou resistente como adoro mudanças. Acho que é inerente ao ser humano a desconfiança diante de situações que transforma todo um ritmo já anteriormente estabelecido, mas também me encantam as boas idéias, que vêm para acrescentar, somar, transformar...

O problema são as mudanças que trazem atrasos, que acontecem não para alavancar e sim para transformar todo um esforço anterior em retrocesso...

Colocando em fatos, analisemos a situação da ESPAM: Durante dois anos e meio convivi com mestres excelentes, assisti ao crescimento intelectual de vários colegas e acredito que meus colegas também assistiram ao meu crescimento intelectual. Este é o fato inquestionável!

E de repente percebo que a linha mestra da orientação desta faculdade mudou. Já não se fala em bons mestres, já não se preocupa com boas experiências, mas sim com a possibilidade ou não da instituição ser mais ou menos rentável...

Também acredito que uma instituição de ensino não deve viver “no vermelho”, mas não consigo concordar com os que privilegiam apenas os números em detrimento da educação.

No semestre de 2009 perdemos para os bancos da UnB nosso querido Professor Piero, uma pessoa muito importante no campo das Letras, e que felizmente passou no concurso para lecionar naquela instituição e infelizmente não pode mais abrilhantar as aulas na ESPAM com sua presença.

Confesso que foi uma mudança difícil de encarar, mas foi compreensível, havia um objetivo maior a ser alcançado, e sempre me orgulharei em afirmar que nos meus primeiros passos nos estudos literários fui encaminhada pelo que havia de melhor no quesito “professor”.

Sabíamos que ficaríamos sem vários outros mestres, pois o normal seria a continuação de suas evoluções e conseqüentemente o alçar de novos vôos (copiando as palavras de minha boa amiga Helena) destes mestres em buscas de novos desafios.

Entretanto, quando do começo do semestre nos deparamos com um fato realmente lamentável: nossos professores estavam tendo seus contratos não renovados por causa da nova orientação da ESPAM/PROJECAO de pagar o mínimo possível, o que contraria qualquer atitude lúcida de valorização destes profissionais, pessoas valorosas que investiram durante anos a fio a fim de poder oferecer uma formação sólida e conseqüente aos alunos que estavam sob sua orientação.

Sou professora aposentada, da Secretaria de Educação, e relembro todas as greves que fizemos a fim de que o governo do Distrito Federal valorizasse os anos que passamos em sala de aula, sempre lutamos por “Planos de Cargos e Salários”, batalhamos duramente e arduamente por valorização em nossas profissões.

Neste momento não posso concordar com a atitude da ESPAM/PROJECAO, inclusive aconselho a revisão das metas que se baseiam em tão esdrúxulas atitudes, e esclareço que se a antiga ESPAM se tornou um negócio rentável a ponto de ser atraente para um grupo grande como o PROJECAO muito se deve ao perfil da instituição que podia se orgulhar de oferecer realmente uma excelente formação aos seus alunos através de um grupo de docentes de primeira linha.

Talvez as paredes da antiga ESPAM necessitassem de algumas camadas de tinta, talvez os investimentos em reformas estivessem demorando a serem feitos, mas tínhamos coisas mais importantes do que nos orgulhar, tínhamos realmente uma instituição de ensino com um excelente corpo docente, de primeira linha, e me assusta pensar que a brancura da tinta utilizada no prédio tenha alcançado e tomado conta das mentes dos administradores da nova ESPAM/PROJECAO e que nos seja oferecido, a nós alunos, apenas o vácuo... Branco e asséptico como o prédio da nova instituição...

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